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Ciclista que perdeu o braço faz testes com prótese e fala em dirigir

Do UOL, em Sorocaba (SP)

16/07/2013 20h50

"Logo eu vou poder dirigir." A frase é do ciclista, David dos Santos Souza, 21, que esteve em Sorocaba (99 km de São Paulo), nesta terça-feira (16), para fazer os últimos testes e treinamentos para receber a prótese que vai substituir o braço direito, arrancado em um acidente ocorrido em março, na avenida Paulista, em São Paulo.

Desde que recebeu alta do hospital, David faz visitas periódicas a Sorocaba para testes com a mão biônica doada por um empresário da cidade. Agora, ele já se prepara para ficar definitivamente com o equipamento que vai permitir que recupere boa parte das atividades que perdeu antes do acidente. A prótese será entregue até sexta-feira, dia 19.

De acordo com o fisioterapeuta Anderson Nolé, o rapaz mostrou uma adaptação muito rápida ao equipamento, que é comandado pelo cérebro e custa mais de R$ 300 mil.

"Precisamos fazer um  processo de reeducação para que ele consiga enviar os comando da maneira correta e fazer com que a mão tenha movimentos naturais", diz o profissional.

Agora, David já tem planos e o primeiro deles será radical. Ele já escolheu uma tatuagem que será estampada na luva de silicone que recobre a prótese.

O novo braço terá uma caveira que brilha no escuro e o rapaz até brinca dizendo que a vantagem está no fato de não doer nada. Além disso, ele já pensa em retomar a vida, parada há quatro meses por causa do acidente. Uma das atitudes será dirigir. "A gente tem de sonhar alto", afirma.

Entenda o caso

De acordo com a polícia, David passava de bicicleta na ciclofaixa da avenida Paulista por volta das 5h na contramão de tráfego quando foi atingido por um veículo em alta velocidade.

O ciclista disse que viu apenas o motorista derrubar três cones que estavam na avenida. Ele não se lembra do momento do impacto.

David teve o braço direito arrancado. O motorista do carro fugiu do local do acidente e jogou o membro, que tinha ficado preso no parabrisas, em um córrego.

O estudante Alex Siwek foi preso na época do acidente, mas agora responde pelo atropelamento em liberdade. O Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou no início do mês a liminar já obtida por Alex, que substitui a sua prisão preventiva por medidas cautelares.