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Médico do Samu envolvido em episódio de morte de homem em Porto Alegre pode ser exonerado

Lucas Azevedo

Do UOL, em Porto Alegre

21/08/2013 12h37

O médico do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) de Porto Alegre que informou  não haver ambulância disponível pra socorrer um homem de 70 anos, que acabou morrendo no centro da cidade, nessa terça-feira (20), pode ser exonerado. A informação é da Secretaria Municipal da Saúde.

O caso ganhou repercussão porque foi flagrado por uma equipe de televisão, que contatou a emergência por telefone e foi atendida pelo profissional. “Não foi a ambulância porque não tem, é isso! Vocês têm que entender isso. Não há ambulância. Ponto! Acabou!", disse o médico ao repórter pelo telefone de emergência, enquanto Orlando Francisco Rodrigues da Silva era atendido por pedestres no terminal de ônibus Parobé.

“Assim que tiver uma ambulância a gente vai mandar. Agora, se vocês estão com tanta pressa, encaminhem para o HPS [Hospital de Pronto Socorro], para a Santa Casa”, disse o atendente, pouco antes de desligar o telefone. O homem esperou atendimento por vinte minutos, até que um carro da polícia o levou até o HPS. Porém, ele não resistiu e chegou à instituição sem sinais vitais.

"O protocolo não foi respeitado. Um inquérito administrativo irá apurar responsabilidades", disse o secretário Carlos Casartelli, que afastou o médico atendente e instaurou um processo administrativo para apurar a conduta. A identidade do profissional e seu tempo de profissão não foram revelados. Entretanto, a secretaria adiantou que ele deve ser “severamente reprimido”.

Além disso, os GPSs das 15 ambulâncias do Samu serão consultados, e os dados, confrontados com os relatórios de atendimento das equipes, para verificar onde cada uma estava no momento da solicitação de socorro. O corpo do homem está sendo velado em Porto Alegre e será sepultado às 17h desta quarta-feira (21).