Após ameaça, movimento contra estupro marca protesto coletivo online
As participantes do grupo Eu não mereço ser estuprada vão fazer a partir das 20h deste domingo (30) um protesto coletivo e virtual. Elas convidam os internautas a postar junto com elas fotos sem blusa e com mensagens de protesto. O movimento #EuNaoMereçoSerEstuprada (e suas variáveis #EuNaoMerecoSerEstuprada e #EuSouMinha) começou nas redes sociais, como Facebook, Instagram, Twitter e Tumblr, após a pesquisa do Ipea (Instituto Econômico de Pesquisa Aplicada, do governo federal) indicar que 65% dos entrevistados acreditam que mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas.
A comunidade, formada assim que foi divulgado o resultado da pesquisa, na última quinta-feira (27), já tinha 35,7 mil inscritos na manhã deste domingo.
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- http://noticias.uol.com.br/enquetes/2014/03/28/maioria-dos-brasileiros-acha-que-mulher-que-usa-roupa-que-mostra-o-corpo-merecem-ser-atacadas-voce-concorda.js
Uma das incentivadoras do movimento online, Nana Queiroz publicou ontem em sua página pessoal no Facebook que foi ameaçada após a iniciativa.
“Amanheci de uma noite conturbada. Acreditei na pesquisa do Ipea e experimentei na pele sua fúria. Homens me escreveram ameaçando me estuprar se me encontrassem na rua, mulheres escreveram desejando que eu fosse estuprada”, dizia o post.
No grupo, ela postou orientações aos participantes de como denunciar aqueles que têm feito comentários agressivos e que podem ser entendidos como incitadores do estupro e da violência, o que é considerado crime.
Vários internautas estão ironizando o conteúdo divulgado pelas participantes, associando feministas a mulheres indesejadas, afirmando que mulheres deveriam andar armadas para não serem violentadas e lançando provocações, como “ninguém é estuprada em casa lavando a louça” e “o feminismo acaba quando chega a conta do restaurante”.$escape.getH()uolbr_geraModulos('embed-lista','/2014/leia-mais-1396198537469.vm')
"Mulherada, não se intimidem pelos machistas que estão bombando este evento. Se eles atacam, é porque estamos incomodando - e, afinal, não era essa a intenção?", escreveu Nana diante dos posts agressivos.
Se, por um lado, muitos homens estão à vontade para ridicularizar a proposta de combate ao estupro, de outro, algumas mulheres sentem-se motivadas a compartilhar que já foram vítimas. Uma delas postou uma foto com os dizeres “não mereci na minha infância, na adolescência... e muito menos na minha vida adulta”.
Sites internacionais de notícias –como o do jornal norte-americano “The Huffington Post”, o do francês “20 minutes”, o do italiano “La Reppublica” e o do grego “iefimerida”-- divulgaram a campanha contra o abuso sexual.
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