Padaria de SP vira alvo de críticas após comentário machista no Facebook
Uma cliente da padaria Estrela do Butantã, localizada nesse bairro da zona oeste de São Paulo, compartilhou pelo Facebook o constrangimento que teria sentido ao perceber que funcionários do local olhavam para suas pernas “por baixo da mesa”.
A resposta do estabelecimento para o ocorrido gerou uma enxurrada de críticas à padaria. Em sua página no Facebook, a Estrela do Butantã escreveu que, “Quanto mais se expõe, mais inadequado fica”. E continuou: “Quando a mulher usa um vestido muito justo ou curto, a comunicação entre funcionários e clientes é afetada, uma vez que a atenção do interlocutor é desviada”.
O comentário da cliente, escrito de forma anônima, foi enviado para a página “Cantada de Rua”, também no Facebook, que incentiva o “desabafo” de mulheres que passaram por situações de assédio. Abaixo do comentário da cliente, o “Cantada de Rua” reproduziu a resposta da padaria.
O caso, ocorrido em fevereiro, foi lembrado nesta quarta-feira (9) pela página “Pipoca Verborrágica”, que pede um boicote à padaria. Tanto a página do estabelecimento quanto a página que relembrou o caso estão sendo tomadas por críticas de usuários.
Outro lado
Procurada, a gerência da padaria afirmou que, em quase 50 anos de atividade, nunca recebeu reclamações de assédio e sempre atendeu todos os públicos da mesma forma.
“Não entendemos o que aconteceu. Se ela se sentiu constrangida, pedimos desculpas, mas nunca tivemos essa postura machista que está sendo colocada. Conversamos com todo o pessoal e ela não foi desrespeitada, não foi abordada. Identificamos um funcionário que teria olhado [para a moça], assim como alguns clientes, segundo relatos, e ele acabou afastado também por outras coisas”, disse Artur Ferreira, um dos gerentes da padaria.
Em relação ao post publicado na página da padaria no Facebook, Ferreira afirma que o comentário “não tem cabimento” e que o empregado responsável pela publicação foi afastado.
O gerente, contudo, criticou a repercussão dada ao caso e disse que “virou moda” falar do assunto, se referindo ao fato de que o tema do assédio contra as mulheres ganhou destaque na mídia e nas redes sociais após uma pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) apontar que 26% dos entrevistados concordam que as mulheres que usam roupas curtas merecem ser atacadas --incialmente o instituto havia divulgado um percentual de 65%, o que gerou revolta e mobilização, mas o índice foi corrigido depois.
Assédio no metrô
Em março, a Polícia Civil de São Paulo informou que investiga 30 grupos de molestadores que atuam no Metrô e na CPTM (Companhia Paulista de Transporte Metropolitano). Os grupos têm páginas no Facebook e em outras mídias sociais nas quais estimulam atos obscenos em mulheres no sistema metroviário.
Após dezenas de casos, o Metrô decidiu agir e criar uma campanha para tentar conscientizar os passageiros sobre o assunto. Nos próximos dias, começarão a ser espalhados pelo sistema cartazes e panfletos orientando que a prática de abusos constitui crime, além de vídeos nos televisores instalados dentro dos vagões.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.