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PM da Bahia decreta greve, e Estado pede Força Nacional

Em assembleia realizada nesta terça-feira (15), os policiais militares da Bahia decidiram entrar em greve - Edson Ruiz/COOFIAV/Agência O Globo
Em assembleia realizada nesta terça-feira (15), os policiais militares da Bahia decidiram entrar em greve Imagem: Edson Ruiz/COOFIAV/Agência O Globo

Do UOL, em Maceió

15/04/2014 21h51Atualizada em 15/04/2014 23h07

O clima de tensão dominou Salvador na noite desta terça-feira (15), após os policiais militares decidirem entrar em greve. Os ônibus deixaram de circular na capital baiana após às 21h, e os trabalhadores noturnos foram liberados mais cedo. Temendo uma onda de violência, o governo do Estado já anunciou que pediu apoio à Força Nacional. Escolas e faculdades também suspenderam aulas.

Os militares se reuniram a portas fechadas, e a paralisação foi anunciada pelo presidente da Aspra (Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia), Marco Prisco, que disse que a proposta do governo foi rejeitada. Eles alegam que tentam um acordo com o governo há nove meses, com pedido de melhoras no plano de carreiras e reajuste.

O clima ficou tenso durante a assembleia, e parte dos cerca de 10 mil policias que foram ao encontro entoaram cânticos de "ô, ô, ô, a PM parou". O deputado estadual Capitão Tadeu Fernandes (PSB), que também representa os militares, disse que o governo foi “tímido em suas propostas” e “não cumpriu a lei de isonomia entre ativos e inativos.”

Em nota divulgada no fim da tarde, a SSP-BA (Secretaria de Segurança Pública da Bahia) informou que vem “mantendo o diálogo aberto e franco com as associações representativas da Polícia Militar, se comprometeu a rever os pontos apresentados na proposta de modernização da PM, como o Código de Ética, o Plano de Carreira dos Praças e Oficiais e as promoções na corporação, antes das propostas serem enviadas para a Assembleia Legislativa.”

“Um documento foi assinado por mim, pelo comandante-geral e por um dos líderes das associações. Ficou decidido que estas propostas seriam assumidas pelo governo. Durante a deliberação da categoria, recebi uma ligação desta liderança, informando que estava tudo acertado para a aprovação do que havia sido acordado. Ainda assim, foi decretada a greve”, disse o secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa.

A secretaria informou que o governo “está tomando todas as providências para manter a segurança da população”. Barbosa explicou que foi também foi decretado termo de “garantia da lei e da ordem”. Em nota, o governo diz que apresentou novas propostas aos militares nesta tarde, entre os quais reajuste da gratificação de Condição Especial de Trabalho e rediscussão do novo Código de Ética.

Medo

Uma série de boatos disseminados pelas redes sociais anunciando assaltos e arrastões fizeram com que muitos moradores não saíssem de casa, e as ruas ficaram desertas. Pelas redes sociais, internautas alertavam para a greve e pediam que ninguém saísse de casa.

Os rodoviários anunciaram retiradas dos veículos das ruas, mas informaram que voltam a circular às 5h desta quarta-feira (16). Uma nova paralisação não está descartada, caso os militares deixem mesmo de fazer ronda. Escolas e faculdades também já anunciaram suspensão das aulas nesta quarta-feira, em comunicados emitidos nesta noite. Por conta da greve, a UFBA (Universidade Federal da Bahia) decidiu pela suspensão das aulas e das demais atividades acadêmicas e administrativas nesta quarta e quinta-feira. Na terça-feira (22), haverá reunião para saber sobre o retorno das aulas. O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) decidiu suspender as atividades.

O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), convocou reunião emergencial para definir como será o funcionamento dos órgãos públicos com a greve. A cúpula da segurança estadual convocou entrevista na noite desta terça, disse que a greve foi uma surpresa e anunciou que pediu ajuda federal. (Com A Tarde)