Josias de Souza

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Opinião

Além da cabeça de Lula, boletins médicos precisam de tratamento

Nesta quarta-feira, entre a hora do almoço e o meio da tarde, o hospital Sírio-Libanês divulgou dois boletins médicos paradoxais sobre o tratamento médico de Lula.

No primeiro boletim, lia-se que Lula está "lúcido, orientado, conversando e passou a noite bem". No segundo, anotou-se que o paciente "passou o dia bem, sem intercorrências, realizou fisioterapia, caminhou e recebeu visitas de familiares."

Sobreveio, entretanto, uma novidade. O segundo comunicado confirmou notícia divulgada pela jornalista Mônica Bergamo segundo a qual Lula será submetido nesta quinta-feira a uma nova intervenção.

De acordo com o comunicado, trata-se de uma "complementação de cirurgia com procedimento endovascular", chamado tecnicamente de "embolização de artéria meníngea média". O texto transferiu os esclarecimentos para uma entrevista marcada para às 10 horas desta quinta.

Um previsível surto de dúvida varreu o noticiário, forçando o doutor Roberto Kalil, médico particular de Lula, a conceder uma entrevista tumultuada pelo improviso. Declarou que o novo procedimento já estava previsto, oferece baixo risco e visa prevenir futuros sangramentos.

Remanesceu uma interrogação incômoda: Ora, se estava previsto, por que não foi informado antes? Tudo o que precisa de explicação complementar não é bom. A coisa ficaria mais simples se o quadro clínico do presidente da República fosse administrado com a transparência de um cristal tcheco.

Desde que Lula sofreu uma queda no banheiro do Alvorada, em outubro, a questão vem sendo tratada como um problema "leve", sem complicações. Vieram as dores de cabeça tardias, a cirurgia para drenagem de um hematoma e agora o "complemento de cirurgia".

O que está claro como água de bica é que, além do cérebro de Lula, os comunicados oficiais sobre a saúde do presidente precisam passar por um tratamento corretivo. Os cortesãos de Lula contribuiriam se parassem de falar sobre medicina.

De resto, um pedido formal de licença médica que acomodasse o vice-presidente no exercício efetivo dos negócios do governo, como prevê a Constituição, liberaria o paciente para dedicar-se integralmente à recuperação pós-cirúrgica.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

38 comentários

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Sergio Newton de Mello

Josias, só falta o Antônio Brito dando as notícias como fazia com o Tancredo. Aí tudo vai dar certo

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Ubiratan dos Santos Maia

Que democracia é esta onde o Vice presidente não pode assumir a Presidência qdo o "presidente" esta hospitalizado, internado, problemas críticos de saúde sem a mínima condição física e intelectual  de governar,  mas não passa o cargo ao seu vice, ainda mais : que  seus ministros  tomem  medidas governamentais  deixando o vice de lado, passando por cima da propalada Constituição que tanto pregoam, algo que o iguala a um dos seus amigos que ocupa o mesmo cargo em um pais vizinho. Coisas de esquerdopatas!

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Nelson Vidal Gomes

Lula caminha célere para igualar-se a Bolsonaro. Sua mediocridade como pretenso Estadista revelou e a expôs à nação, ao ostentar Maduro como um "troféu" no Planalto. Agora, como Bolsonaro, desrespeita o país, o povo e seus eleitores ao "declarar" que governa de uma UTI sem passar o cargo ao Vice-presidente. Que Deus nos ilumine a todos e abraços fraternos em agnósticos e ateus! Namastê!

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