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Maioria prevê falta de água em SP e culpa governo estadual, aponta pesquisa

Do UOL, em São Paulo

07/05/2014 07h00

Pesquisa realizada pelos institutos Data Popular e Ideia Inteligência mostra que a maioria da população do Estado de São Paulo acredita que faltará água até o final do ano. A maior parte dos entrevistados culpa o governo do Estado ou a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) --empresa subordinada à administração estadual-- pelos problemas no abastecimento.

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De acordo com os institutos, foram entrevistados, por telefone, 18.534 moradores de 70 cidades do Estado. Os telefonemas foram feitos por meio de mensagens previamente gravadas. Os entrevistados foram convidados a responder às questões apertando as teclas dos telefones. A margem de erro é de 0,7 ponto percentual, para mais ou para menos.

Para 59% dos entrevistados, haverá algum problema relacionado à falta de água até o final do ano. O percentual sobe para 68% nas cidades da região metropolitana de São Paulo --excetuando-se a capital, onde o patamar também é de 59%. No interior, 52% acreditam que terão problemas de abastecimento em 2014. Nesta questão, o percentual praticamente não varia na divisão por renda.

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Questionados sobre o principal culpado pelo problema de abastecimento, 41% dos entrevistados responsabilizaram o governo do Estado --comandando por Geraldo Alckmin (PSDB)-- e 29% culparam a Sabesp. O governo federal foi responsabilizado por 9% dos entrevistados. Outros 7% culparam a falta de chuva; 14% não responderam.

Nas cidades da região metropolitana de São Paulo, exceto a capital, o percentual dos que culpam o governo do Estado sobe para 50% e dos que apontam a Sabesp aumenta para 35%. No interior, 37% culpam a gestão estadual, e 27%, a Sabesp. Na capital, 42% responsabilizam a administração de Alckmin, e 30%, a empresa subordinada ao governo.

Os entrevistados também foram perguntados sobre se tiveram algum problema de falta de água nos últimos três meses. Ao todo, 23% responderam que sim. Na capital e no interior, os percentuais caem para 20% e 14%, respectivamente, mas na região metropolitana aumenta para 35%.

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A pesquisa mostra ainda que, conforme a renda diminui, aumenta a proporção de usuários afetados com a falta de água. Entre os entrevistados com renda familiar superior a dez salários mínimos, 12% declararam ter tido algum problema. Já entre os que possuem renda inferior a um salário mínimo, o percentual sobe para 25%.

Crise de abastecimento

Nessa terça-feira (6), pela primeira vez em sua história, o nível de armazenamento de água do Sistema Cantareira, principal fonte de abastecimento da região metropolitana da capital paulista, caiu para menos de 10%, atingindo 9,8%. Há mais de duas semanas o índice do Cantareira não para de cair.

Apesar da situação crítica, no último domingo (4) Geraldo Alckmin voltou a descartar o racionamento de água na região em 2014.

Para reduzir o consumo de água, o governo de São Paulo tem concedido desconto aos consumidores que economizam água e pretende, já a partir deste mês, a cobrar multa de quem desperdiçar.

Volume morto

Para compensar o baixo nível do sistema, daqui a oito dias a Sabesp pretende começar a retirar água do volume morto, que fica no fundo das represas, abaixo do nível de captação das comportas.

A previsão da companhia é extrair 200 bilhões de litros dos 400 bilhões de reserva. De acordo com a Sabesp, essa água será "suficiente" para abastecer a região até setembro.

Especialistas dizem que o uso do volume morto do Sistema Cantareira pode atrasar a recuperação dos reservatórios quando voltar a chover, por causa de uma espécie de "efeito esponja".

Pesquisadores ouvidos pelo UOL alertam que o tratamento inadequado do volume morto pode trazer riscos à saúde. Eles chamam a atenção também para os danos ambientais que o uso dessa água pode trazer para o meio ambiente.

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