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Vídeo pode provar que pai do menino Bernardo maltratava e dopava o garoto

Lucas Azevedo

Do UOL, em São Paulo

26/08/2014 20h40

Um vídeo recuperado por peritos do celular de Leandro Boldrini, pai de Bernardo Boldrini, 11 anos - assassinado em abril deste ano no noroeste do Rio Grande do Sul -, pode comprovar que o menino era dopado pelo próprio pai e ameaçado pela madrasta, Gracieli Ugolini.

A informação foi dada nesta terça-feira (26) pela delegada de polícia Caroline Bamberg, uma das primeiras testemunhas de acusação ouvidas no processo sobre a morte do garoto, no fórum da cidade de Três Passos.

As novas provas foram anexadas ao processo na semana passada. Segundo Caroline, que presidiu o inquérito sobre a morte de Bernardo, as imagens provam que Leandro era conivente com a mulher e também maltratava o filho. Para a delegada, o médico é o idealizador do assassinato da criança. 

As imagens, supostamente gravadas por Leandro na véspera do dia dos pais do ano passado, mostram Bernardo pedindo socorro, enquanto é xingado pela madrasta e pelo próprio pai - que toma uísque sentado em uma poltrona. Em um trecho, o menino aparece grogue.

O advogado da avó do garoto, Marlon Taborda, diz que teve acesso ao material, a que chamou de "sádico". Uma das falas de Graciele no vídeo é: "Vamos ver quem vai primeiro para baixo da terrinha, então?", dirigida ao garoto.

As defesas dos réus disseram que ainda não tiveram acesso ao conteúdo da gravação e que, por isso, não se manifestariam.

Depoimento da delegada durou cerca de cinco horas

Ao todo, 77 testemunhas foram arroladas pela acusação.Nesta terça, 33 estavam previstas para serem ouvidas.Porém, devido ao tempo - apenas o depoimento de Caroline durou cerca de cinco horas -, 22 foram liberadas deste primeiro dia para serem ouvidas em outra data.

Nesta terça, os únicos réus que estavam presentes durante a audiência foram a amiga de Gracieli, Edelvânia Wirganovicz, e seu irmão, Evandro Wirganovicz. O pai e a madrasta de Bernardo não quiseram comparecer. Ainda não há data marcada para os seus depoimentos nem determinado se o caso vai a juri popular.