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Universidades barram banho e fecham banheiros por causa da falta de água

Fabiana Marchezi

Do UOL, em Campinas (SP)

31/10/2014 15h49

A falta de água no Estado de São Paulo mudou a rotina em ao menos duas universidades de Campinas (93 km de São Paulo). A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e a PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica de Campinas) têm barrado banhos de alunos e fechado parte dos banheiros.

Na FEF (Faculdade de Educação Física) da Unicamp, estudantes estão impedidos de tomar banho após as atividades. Algumas torneiras que eram usadas para os alunos se refrescar durante as aulas também foram retiradas e poucos bebedouros estão ativados.

Segundo relatos dos estudantes, todos os chuveiros, tanto do vestiário feminino quanto do e masculino, estão desativados.

“Eu entendo que a atitude seja necessária nesse momento de emergência. Mas não concordo com a maneira. É preciso esclarecer as coisas à comunidade. Parece que não existe uma preocupação com a comunidade que usa o espaço diariamente”, disse o estudante Matheus Nucci, que cursa filosofia, mas pratica atividades físicas e treina basquete na FEF.

Para o estudante da FEF Bruno Modesto, mais importante do que restringir o uso da água é conscientizar a comunidade.

“A crise no abastecimento existe. Infelizmente, somos vítimas de um crime que o governo do Estado cometeu contra a população. Mas a política de economia de água precisa vir em torno da conscientização e não da restrição”, afirmou.

Reservatórios de água na Grande SP

Confira entre quais reservatórios se divide o abastecimento de água na Grande São Paulo

Raio-x dos sistemas

Segundo os estudantes, um comunicado afixado no local há cerca de dez dias informa que a medida é consequência de um “racionamento de água”.

Por meio de nota, a universidade afirmou que a faculdade “está buscando equilibrar o consumo para garantir o fornecimento às suas atividades prioritárias, conforme orientações dos órgãos públicos e da prefeitura do campus”.

No mesmo comunicado, a Unicamp afirmou que no geral o abastecimento na instituição está “dentro da normalidade”.

De acordo com a Unicamp, os vestiários da FEF ficam abertos de segunda a sexta-feira, das 7h às 23h, e são usados não somente pelos alunos da unidade, mas também por pessoas vinculadas a projetos de extensão, por docentes, funcionários e alunos de outras faculdades da universidade.

A FEF oferece cursos nos períodos integral, manhã/tarde e noturno, com frequência média de 5.000 usuários semanais.

Dentre as medidas de economia adotadas pela instituição está o “Programa Pró-Água”, que já realizou diversas ações, como detecção e conserto de vazamentos, incluindo a instalação de 2.347 componentes economizadores, dos quais 1.897 foram torneiras de lavatório e 450 válvulas de mictório.

Segundo a universidade, "estas iniciativas representaram uma economia significativa de água".

Parte dos banheiros fechados

A PUC-Campinas também adotou medidas para economizar água. A universidade fechou parte dos banheiros para reduzir gastos de água com a limpeza dos sanitários.

"Alguns banheiros da universidade estão fechados, porém as necessidades de visitantes, funcionários, alunos e docentes continuam sendo plenamente atendidas", informou a universidade, em nota.

“Acho que é uma ótima atitude. Porque, pelo menos de manhã, não tem necessidade de ter tantos banheiros disponíveis. Eu não me importo de andar um pouco mais para usar o banheiro, já que é para economizar água”, afirmou a estudante de jornalismo Amanda Bruschi Ferreira.