Topo

PM diz que pode ter atirado em menino morto no Alemão (RJ), diz jornal

Do UOL, no Rio

08/04/2015 09h24

Em depoimento à Justiça Militar, um policial da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do Morro do Alemão, favela do Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro, afirmou que pode ter sido ele o autor do disparo que matou o estudante Eduardo de Jesus Ferreira, 10, atingido na cabeça na porta de casa, na última quinta-feira (2).

Segundo informações publicadas em reportagem do jornal "O Globo", o soldado --cuja identidade não foi revelada-- disse acreditar que, em razão de sua localização no momento do fato e da posição do corpo da vítima, ele teria sido o responsável por puxar o gatilho.

Ainda de acordo com o jornal, após o depoimento, o PM teve um surto psiquiátrico e chegou a ser internado no Hospital Central da Polícia Militar, na zona norte da cidade. Ele já teria recebido alta, mas continuaria com acompanhamento psicológico.

A reportagem do UOL entrou em contato com a assessoria das UPPs, que informou apenas que "há um IPM (Inquérito Policial Militar) instaurado" e que "as investigações são sigilosas. Já quanto ao suposto surto do policial, a assessoria das UPPs informou desconhecer o assunto. A assessoria de comunicação da Polícia Militar não comentou as informações publicadas na reportagem de "O Globo".

Na terça-feira (7), o porta-voz das UPPs, major Marcelo Corbage, afirmou que alguns policiais que participaram da ação que terminou com a morte de Eduardo estão sendo acompanhados por profissionais de psicologia da corporação.

"Alguns policiais estão com acompanhamento psicológico, inclusive, devido à pressão. É um momento difícil, mas não vamos hesitar em ajudar na investigação. Se for comprovado algum envolvimento de policial, todos nós respondemos a leis, normas e regulamentos. A Justiça será feita", afirmou.

Corbage também informou que oito PMs que, de forma direta ou indireta, participaram da ação que resultou na morte da criança foram afastados pelo comando da PM.

Dois deles foram afastados totalmente das funções por suspeita de serem os autores dos tiros no local. Os outros seis, que também participaram da ação policial, estão à disposição da polícia para esclarecimentos e, por isso, limitados a serviços internos na corporação.

Segundo o relações-públicas das UPPs, major Marcelo Corbage, a medida foi tomada para não atrapalhar a investigação da DH (Divisão de Homicídios). "A Polícia Civil poderá ir ao Alemão quantas vezes for necessário. Vamos dar todo o apoio e segurança para que possamos ajudar nas investigações", disse o oficial. "Afastamos todos os policiais envolvidos. Oito policiais foram afastados."

Mãe de menino morto diz que foi ameaçada por PM