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Última vítima de estupro coletivo no PI que estava internada recebe alta

Meninas violentadas foram jogadas de cima deste penhasco em Castelo do Piauí  - Fábio Braga/Folhapress
Meninas violentadas foram jogadas de cima deste penhasco em Castelo do Piauí Imagem: Fábio Braga/Folhapress

Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

04/07/2015 22h12

A última das adolescentes que foram vítimas de estupro coletivo em Castelo do Piauí, no dia 27 de maio, e que estava internada em Teresina, recebeu alta neste sábado.

Segundo a assessoria do HUT (Hospital de Urgência de Teresina), a jovem ainda ficará em Teresina, na casa de familiares, e passará por acompanhamento psicológico na rede de saúde na capital piauiense.

A adolescente deveria ter recebido alta na segunda-feira (29), mas acabou sendo adiada porque ela havia tomado a coquetel antirretroviral, como é praxe de conduta para vítimas de estupro, mas teve um mal-estar, com sintoma de náusea e vômitos. A medicação foi dada no sábado (27).

Quando foi internada, a jovem de 17 anos estava com traumatismo craniano e lesões pelo corpo. No dia 25, a jovem havia deixado o hospital para prestar depoimento à polícia sobre o caso.

Das quatro adolescentes atacadas e socorridas, além da jovem que recebeu alta, duas tiveram alta e a outra morreu. Danielly Rodrigues Ferreira, 17, faleceu no dia 7 de junho.

O caso

As adolescentes com idades entre 15 e 17 anos foram estupradas quando subiam o Morro do Garrote, ponto turístico de Castelo do Piauí. Elas foram dominadas por quatro adolescentes e um homem de 40 anos, que as amarraram em árvores e espancaram com pontapés, pedradas e pauladas.

Após ficarem desacordadas, foram estupradas, arrastadas e jogadas de cima de um penhasco da altura de um prédio de três andares. Exames de DNA comprovaram a autoria do estupro.

O Ministério Público do Piauí denunciou os menores à Justiça por atos infracionais análogos a estupro qualificado (contra menor de 18 anos), homicídio com cinco qualificadores (motivo torpe, tortura acometida por meio cruel, impossibilidade de defesa das vítimas, ocultação do crime de estupro e feminicídio), tentativa de homicídio e associação criminosa. Caso sejam condenados, os adolescentes só poderão ficar internados por até três anos.

Já Adão José da Silva Sousa, 40, o único adulto envolvido, foi denunciado por porte ilegal de arma, estupro qualificado, homicídio com as mesmas cinco qualificadoras, tentativa de homicídio, corrupção de menores e associação criminosa com aumento de pena por envolvimento de menores. Caso seja condenado por todos os crimes, ele poderá pegar 151 anos e 10 meses de prisão, segundo cálculos do MPE.