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Baby Doc quer voltar a governar o Haiti, diz advogado

Jean-Claude Duvalier, "Baby Doc", ex-ditador do Haiti - Hector Retama/AFP
Jean-Claude Duvalier, "Baby Doc", ex-ditador do Haiti Imagem: Hector Retama/AFP

Luciana Lima*

Da Agência Brasil<br>Enviada Especial ao Haiti

19/01/2011 17h15

O ex-ditador haitiano Jean-Claude Duvalier tem pretensões políticas e por isso teria retornado ao país caribenho no último domingo. Um dos advogados de Duvalier, Reynold George, disse na porta do hotel onde Duvalier está hospedado que ele não deixará o país. “Ele não deixará o Haiti. Ele é um político e todo o político tem pretensões políticas. Ser novamente presidente do Haiti é um direito dele”.

George relatou as condenações a Duvalier e disse que “não conseguiram condená-lo na França e não vão conseguir aqui também”. George alegou que não há provas e que se houve algum crime já prescreveu. Duvalier permaneceu por 25 anos exilado na França, antes de retornar ao país no último domingo.

Há pouco, Baby Doc como é conhecido o ex-presidente, apareceu na janela de seu quarto em um hotel de luxo em Porto Príncipe e foi saudado por cerca de 100 pessoas que se concentram na porta do hotel desde o último domingo.

Muitos simpatizantes são ex-militares que atuaram durante o governo de Duvalier. Fontes da diplomacia haitiana acreditam que Duvalier esteja apoiando o candidato Michel Martelly, cantor popular que teria ficado em terceiro lugar no primeiro turno das eleições presidenciais, segundo as primeiras apurações.

Um relatório da Organização dos Estados Americanos (OEA) divulgado hoje (19), no entanto, coloca Martelly em segundo lugar no peito, desbancando o candidato governista Jude Celestin que fez campanha com apoio do atual presidente René Préval.

*A repórter Luciana Lima viajou ao Haiti a convite do Ministério da Defesa