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Após renúncia, Bento 16 terá título de "papa emérito" ou "pontífice romano emérito"

O papa Bento 16 celebra o Angelus dominical de sua janela, no Vaticano - Gabriel Bouys/AFP
O papa Bento 16 celebra o Angelus dominical de sua janela, no Vaticano Imagem: Gabriel Bouys/AFP

Do UOL, em São Paulo

26/02/2013 09h24Atualizada em 26/02/2013 15h46

Após a renúncia, Joseph Ratzinger receberá o título de "papa emérito" ou "pontífice romano emérito", informou nesta terça-feira (26) o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi. Além disso, também poderá ser tratado como "Sua Santidade". Lombardi já havia dito dias antes que Ratzinger continuará sendo chamado de Bento 16.

ENTENDA O PROCESSO SUCESSÓRIO DO PAPA

Quando o chefe da Igreja Católica renuncia a sua função ou morre, seu sucessor é eleito pelos cardeais reunidos em conclave na Capela Sistina, onde ficam isolados do mundo exterior.

Cinco cardeais brasileiros deverão participar do conclave que se reunirá para eleger o sucessor do papa Bento 16.

Segundo a última lista do Vaticano, há um total de 115 cardeais aptos a escolher o novo pontífice, já que um deles (Keith O'Brien, da Escócia) renunciou ao cargo e outro (Julius Riyadi Darmaatmadja, da Indonésia) por problemas de saúde não poderá comparecer a eleição.

Para poder votar na escolha do papa, o cardeal precisa ter menos de 80 anos. O Brasil tem um total de nove integrantes no Colégio Cardinalício do Vaticano, mas quatro deles já ultrapassaram a idade limite.

O anúncio acontece na antevéspera de o papa deixar o cargo de líder máximo da Igreja Católica no mundo, o que deve acontecer nesta quinta-feira (28) às 19h no horário local (15h em Brasília). Bento 16 é o primeiro papa a renunciar em quase 600 anos. Ele deixará o Vaticano para se instalar provisoriamente em sua residência de verão de Castel Gandolfo, a cerca de 30 quilômetros de Roma. Depois, ele retornará ao Vaticano para morar em um convento de clausura dentro da Santa Sé.

Lombardi afirmou ainda que Bento 16 passará a vestir uma bata branca simples, mas seguirá usando os sapatos que ganhou de presente durante uma viagem ao México.

Ontem (25), o papa promulgou um decreto que permite que o conclave para eleger seu sucessor possa ser antecipado ou adiado. A principal mudança possibilita que o processo de escolha comece sem a necessidade de esperar 15 dias a partir da saída de Bento 16.

Normalmente o conclave deve começar entre 15 e 20 dias após a declaração da "sede vacante" (período entre a morte ou renúncia do papa e a eleição do sucessor).

Lombardi informou que o "motu proprio" (normativa da Igreja Católica emitida pelo papa) concede aos cardeais a faculdade de antecipar o início do conclave caso estejam presentes todos os cardeais e também de adiá-lo depois do início da "sede vacante".



Conclave

No sábado, o Vaticano disse que o conclave que escolherá o sucessor do papa deve começar antes de 15 de março. O conclave terá a participação de cinco cardeais brasileiros com direito a voto, que também poderão ser votados.

Arcebispo emérito de São Paulo, dom Claudio Hummes terá 78 anos quando começar o processo. Ele será acompanhado do atual presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Raymundo Damasceno, que completou 76 anos em 15 de fevereiro e também é arcebispo de Aparecida.

Os outros três brasileiros no conclave são o prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, no Vaticano, dom João Braz de Aviz, 65 anos; o arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, 63 anos; e o arcebispo de Salvador e ex-presidente da CNBB, dom Geraldo Majella Agnelo, que completará 80 anos em outubro. (Com agências internacionais)