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Chanceler argentino diz que adiamento de visita de Dilma aos EUA "refletiu sentimento da região"

19.set.2013 - O chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo (esquerda), se encontra com chanceler argentino, Héctor Timmerman em Buenos Aires - Reprodução/Twitter
19.set.2013 - O chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo (esquerda), se encontra com chanceler argentino, Héctor Timmerman em Buenos Aires Imagem: Reprodução/Twitter

Maria Martha Bruno

De Buenos Aires

19/09/2013 17h17

O chanceler argentino, Héctor Timerman, elogiou nesta quinta-feira (19) a decisão da presidente Dilma Rousseff de adiar viagem prevista aos EUA em reação às denúncias de espionagem americana.

As declarações foram feitas após encontro com o chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo Machado, em Buenos Aires. Trata-se da primeira viagem bilateral de Figueiredo desde que assumiu o cargo, em 28 de agosto. 

Documentos secretos vazados pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden mostram que a Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA) teria monitorado conversas entre a presidente brasileira e seus principais assessores, além de atividades da Petrobras.

Após cobrar explicações do governo americano e considerar que as respostas foram insuficientes, Dilma acabou anunciando na última terça-feira o adiamento da visita, prevista para 23 de outubro.

Segundo Figueiredo, o ministro argentino elogiou muito posição de Dilma e afirmou que “o Brasil refletiu o sentimento de toda a região. Foi uma das mensagens mais importantes da América Latina para o mundo nos últimos anos”. 

No encontro, ambos os países sinalizaram que, na Assembleia das Nações Unidas, semana que vem em Nova York, demonstrarão uma posição comum quanto à polêmica despertada pelas denúncias de espionagem do governo americano no Brasil. A tendência, de acordo com o apoio diplomático recebido da região pelo Itamaraty, é de um posicionamento unido e coerente sobre o tema, sem dissonâncias.

Seguindo a tradição diplomática, o discurso de abertura da assembleia ficará a cargo do Brasil. A presidente Dilma já havia sinalizado que seu discurso trataria da espionagem americana e da necessidade da "neutralidade da internet".

Ambos os ministros ressaltaram a necessidade de coordenar não apenas posições, como ações em relação às denúncias de espionagem.
 
Nota conjunta divulgada após o encontro disse que "os chanceleres defenderam a necessidade de coordenar posições e realizar ações conjuntas diante das atividades de espionagem dos EUA na região e de avançar no desenvolvimento de ferramentas de defesa cibernética que protejam as comunicações e o armazenamento de informações estratégicas".