Preso há 2 anos na Rússia, terapeuta detido com ayahuasca será transferido ao Brasil
A Justiça da Rússia autorizou nesta terça-feira (4) a transferência do terapeuta Eduardo Chianca Rocha, preso desde 31 de agosto de 2016, para cumprir o restante da pena ao Brasil, informaram os familiares.
Chianca recebeu uma condenação inicial de seis anos e meio, depois reduzida para três anos, pelo crime do tráfico de drogas -- a substância dimetiltriptamina (DMT), presente no chá e que tem efeitos alucinógenos, é proibida na Rússia.
Ele foi detido no aeroporto de Domodedovo, em Moscou, com oito litros do chá. No Brasil, é permitido o uso de ayahuasca em rituais religiosos.
Agora, restando cerca de um ano para o cumprimento integral da pena, Chianca já tem autorização da Rússia para ser transferido ao Brasil, após um acordo que começou a ser costurado entre os dois países ainda no ano passado, entre os chanceleres Aloysio Nunes Ferreira e Serguei Lavrov, e terminou de ser formalizado no primeiro semestre deste ano.
Faltava a autorização final da Justiça russa, sentença que foi divulgada nesta terça, segundo a Embaixada brasileira confirmou à família de Chianca.
Ainda não há data definida para a chegada do terapeuta, que deverá ser trazido da Rússia pela Polícia Federal brasileira. A defesa lutará para que Chianca, que estava em regime fechado na Rússia, cumpra o restante da pena em regime semiaberto. Não há possibilidade, no entanto, de a Justiça brasileira revisar ou reduzir a condenação de alguma maneira.
Antes da prisão, Chianca, pesquisador e terapeuta holístico do Recife (PE), ministrava cursos e palestras de uma terapia chamada "Frequências de Luz", no Brasil e em outros países. O chá de ayahuasca era utilizado em seus rituais. Além da Rússia, onde já havia concedido cursos em outras ocasiões, na viagem em questão ele também visitaria Ucrânia, Suíça, Holanda e Espanha.
Condenação por tráfico, e não pelo porte do chá
O chá de ayahuasca, também conhecido como Santo Daime, é resultado do cozimento de plantas da região amazônica. Uma delas, a chacrona, contém a dimetiltriptamina, substância de efeito alucinógeno e de uso controlado inclusive no Brasil, onde seu consumo é permitido somente para fins religiosos.
A presença de DMT nas garrafas apreendidas com o brasileiro foi o que motivou sua prisão no aeroporto, e não o porte do chá em si.
A DMT, de efeitos alucinógenos, pode ser sintetizada para a produção de outras drogas.
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