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CBV precisa fortalecer a transparência de sua gestão

Especial para o UOL

02/05/2014 06h00

O mundo do vôlei foi impactado recentemente por uma série de notícias veiculadas na imprensa sobre a utilização de recursos da CBV (Confederação Brasileira de Voleibol).

Como novo presidente da entidade, compartilho a indignação da sociedade em relação às denúncias de irregularidades. Posso assegurar que esta gestão está tomando todas as providências necessárias para apurar fatos e responsabilidades e garantir que os recursos da CBV sejam utilizados com lisura e em benefício do vôlei nacional.

Um esporte como o nível de profissionalismo do voleibol  precisa ter uma gestão cada vez mais profissional. É preciso implantar na confederação mecanismos de controle rígidos nos processos de compra e de contratação. Além disso, é necessário fortalecer a transparência da gestão da entidade. É isso que garantirá a longevidade dos patrocínios e o alinhamento entre atletas e gestores.

Além disso, há que se modernizar a própria governança da CBV, contratando para funções-chave profissionais do mercado com competência reconhecida nas suas áreas de atuação.

Nesse sentido, tomamos uma série de medidas importantes, com impactos já no curto prazo e também na construção de uma CBV mais moderna, eficiente e transparente. Para começar, trouxemos para a entidade um time de profissionais com história e resultados no voleibol nacional. 

Entre eles estão Neuri Barbieri, dirigente com uma trajetória de sucesso no vôlei do Paraná; Renan Dal Zotto, medalhista da geração de prata e um de nossos maiores ídolos das quadras; Radamés Lattari, ex-técnico da seleção brasileira masculina; Marcelo Wangler, ex-gerente executivo da Confederação Sul-Americana de Voleibol; e Paulo Márcio Nunes da Costa, profissional que cuida de nossas seleções há mais de 20 anos.

Esse time de craques é hoje o núcleo duro da nossa administração e terá a responsabilidade de implementar o projeto de transformação da CBV.  

Nesse contexto, a confederação acaba de contratar a Fundação Getulio Vargas para ajudar na revisão de sua estrutura organizacional, seus processos e suas práticas de governança corporativa. Como principal instituição de ensino e consultoria do país na área de gestão, a FGV terá um importante papel no processo de transformação da confederação em uma entidade mais moderna, eficiente e transparente.

Em relação às denúncias divulgadas pela imprensa, tomamos diversas medidas de impacto imediato. Em primeiro lugar, suspendemos preventivamente todos os pagamentos relativos aos contratos colocados sob suspeita, para evitar eventuais prejuízos à entidade. Vale ressaltar que alguns desses contratos já haviam sido cancelados pela atual gestão da CBV antes da publicação das reportagens.

Além disso, como foi noticiado, contratamos a PricewaterhouseCoopers, uma das maiores empresas de auditoria do mundo, para revisar contratos de terceirização de serviços assinados na gestão anterior, incluindo aqueles que foram objeto de denúncia. Os resultados dessa auditoria serão tornados públicos assim que finalizados.

Destaco ainda a decisão da diretoria de publicar mensalmente os balancetes da CBV em seu site, o que dará maior transparência às contas da entidade. Os resultados de janeiro e fevereiro deste ano já estão disponíveis.

Vale lembrar que, nesse meio tempo, a CBV e o vôlei brasileiro continuam a todo vapor. Apenas para citar algumas atividades, podemos mencionar que as seleções estão treinando normalmente, nossos atletas ganharam mais de 20 medalhas em torneios internacionais de vôlei de praia nos últimos meses, as finais da Superliga já aconteceram e estamos nos preparando para os jogos da Liga Mundial, do Campeonato Mundial masculino e do Grand Prix feminino.

Tudo isso porque construímos uma trajetória vencedora, que tem servido de exemplo no Brasil. E teremos, com certeza, um grande futuro pela frente. Precisamos apenas fazer o dever de casa para garantir que a gestão da CBV esteja em nível compatível com a história do voleibol brasileiro. Com transparência e sem compromissos com eventuais erros do passado.

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