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Às vésperas das eleições, Ucrânia vê Rússia tentar desestabilizar o país

Especial para o UOL

23/05/2014 06h00

Neste domingo, 25 de maio, acontecem as eleições presidenciais na Ucrânia. A realização do pleito em forma democrática e transparente é um elemento chave para a normalização da situação no país. Neste contexto, o apoio dos nossos parceiros internacionais é fundamental.

A campanha presidencial de 2014 será realizada em condições de tensões político-sociais e desafios de segurança que a Ucrânia enfrenta pela primeira vez em sua história moderna. Entretanto, foram criadas praticamente todas as condições jurídicas e organizacionais necessárias para a realização da votação, para que ninguém pudesse questionar seu caráter democrático.

Foram registrados 21 candidatos, que representam todas as regiões e partidos políticos da Ucrânia.

Espera-se elevado número dos observadores internacionais: a Comissão Eleitoral Central da Ucrânia registrou 2784 observadores internacionais, dos quais 282 representam 19 países estrangeiros, e 2502 representam organizações internacionais.

De acordo com a legislação ucraniana, as eleições no território temporariamente ocupado da República Autônoma da Crimeia não serão organizadas e realizadas no local. No entanto, para os cidadãos da Ucrânia que vivem na península ocupada, foi estabelecida a oportunidade de votar na região de Kherson, que é vizinha da Crimeia, ou em qualquer mesa de votação no território da Ucrânia. Para os que vivem no exterior, foram criadas 114 mesas de votação nos outros países, inclusive no Brasil.

Sobre a atividade de grupos terroristas armados, estão sendo tomadas todas as medidas necessárias para garantir a segurança do processo eleitoral, dos membros das comissões eleitorais e da documentação eleitoral, assim com garantir a realização das eleições em todo território da Ucrânia.

A Rússia continua dissimuladamente a desestabilizar a situação em nosso país. Nenhuma promessa russa foi comprovada por ação real – a Rússia continua mantendo tropas na fronteira com o nosso país, apoiando e coordenando as atividades dos grupos terroristas no nosso território, e recusa-se a condenar os assassinatos cometidos por eles, torturas e ocupação dos prédios administrativos, bem como aumenta a retórica agressiva contra o Estado ucraniano, divulgando ondas de mentiras e propaganda enganosa.

É óbvio que, com suas ações, o Kremlin está tentando impedir o verdadeiro diálogo nacional na Ucrânia, não permitindo a implementação do curso escolhido de reformas democráticas, e minando a realização das eleições presidenciais, realizando no dia das eleições um treinamento militar ao lado da nossa fronteira.

A parte ucraniana estima altamente o apoio praticamente unânime da comunidade internacional - incluindo a grande maioria dos membros do Conselho de Segurança da ONU - à importância especial das eleições presidenciais livres e democráticas na Ucrânia no dia 25 de maio de 2014.

O único país cujos representantes oficiais, em numerosas ocasiões, declararam o possível não-reconhecimento das eleições ou questionaram com antecipação a legitimidade de seus resultados é a Federação Russa, que está interessada numa nova escalada de tensão na Ucrânia.

Apelamos a todos os países que apoiem a natureza democrática e livre das eleições presidenciais, e condenem firmemente as ações russas destinadas a conturbar as eleições para presidente da Ucrânia.

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