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Resultado do Saresp reprova governo Alckmin

Especial para o UOL

17/02/2015 06h00

O governador Geraldo Alckmin considerou “positivo” o resultado do último Saresp (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo). E comemorou o desempenho em matemática e português dos alunos da rede pública estadual, apontando melhora em relação ao ano passado.

No entanto, o governador reconheceu que o rendimento nas duas disciplinas ainda está longe do nível considerado adequado, tanto no ensino médio quanto no fim do fundamental.

E é isso o que se destaca no resultado da Saresp: problemas no ciclo do ensino fundamental e no ensino médio. Numa leitura mais positiva, o exame mostrou que as notas dos alunos do 5º ano do ensino fundamental subiram em 2014, nas escolas do Estado.

Por outro lado, as notas do ensino médio praticamente estacionaram em patamar abaixo do adequado. E é aí onde a porca torce o rabo. Ao priorizar uma avaliação positiva do Saresp, o governador Geraldo Alckmin parece “tapar o sol com a peneira”.

Na verdade, ao contrário, o resultado do exame demonstra a fragilidade da política educacional nefasta e excludente levada a cabo pelos governos tucanos no Estado de São Paulo. Os projetos até agora executados renderam resultados pífios. E o Saresp é a prova cabal de que a pedagogia de resultados não deu certo.

O Saresp é um dos indicadores que compõem o Índice de Desenvolvimento da Educação de São Paulo (Idesp). Segundo defende o governo tucano, mais do que avaliar as escolas, o exame ajuda a monitorar e a traçar planos e metas para o ensino das escolas públicas paulistas. Na última prova, realizada ano passado, 1,3 milhão de alunos foram avaliados.

A Secretaria da Educação, ao apresentar o resultado do Saresp, mostrou também uma série histórica bastante elucidativa de que o ensino em São Paulo está mais para estagnação do que para avanços. Em português, a nota média de 2014 no último ano do ensino fundamental foi de 231,4, patamar inferior à média de seis anos atrás (2008), quando registrou 231,7.

Situação semelhante ocorreu na mesma disciplina com o 3º ano do ensino médio. Em 2008, a nota média registrada era de 272,5 e em 2014 foi de 265,6. O quadro de estagnação se repete com as notas de matemática.

Essa estagnação das notas em níveis baixos no último ano do ensino fundamental e no ensino médio é o calcanhar de Aquiles da política de educação do governo paulista. As estratégias de meritocracia implementadas pelo governo Alckmin, como bônus aos professores atrelados a metas de aprendizagem, não surtiram efeito.

O Saresp também evidencia uma lentidão acentuada no ritmo de aprendizagem dos estudantes da rede pública estadual. E exige uma avaliação aprofundada do motivo pelo qual no maior Estado do país os alunos caminham tão pouco na aquisição do conhecimento. A sociedade quer respostas rápidas para esse problema.

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