É possível derrotar quem tornou o Rio desigual, violento e autoritário
Chegamos à reta final da campanha e todas as pesquisas mostram que a nossa candidatura é a única que pode derrotar o PMDB no Rio de Janeiro. O momento é crucial e exige, mais do que nunca, a união da esquerda e das pessoas que desejam uma cidade melhor para vivermos. Só assim, juntos, derrotaremos o grupo de Pedro Paulo, Eduardo Paes, Sérgio Cabral e Eduardo Cunha.
É possível vencermos esse projeto que transformou o Rio numa cidade cara, desigual, violenta e autoritária, sufocada pelos conluios entre políticos e empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato. Mas não se trata apenas de derrotar a turma de Cabral e Cunha, de fazer história e deixar o PMDB fora do segundo turno após oito anos no poder.
O que está em jogo é muito maior do que a vitória eleitoral. É a possibilidade real de criarmos um novo modelo de desenvolvimento para a nossa cidade. Nós temos plenas condições de fazer. Primeiro, porque nunca fomos aliados do PMDB, nunca participamos de seus governos e de seu projeto excludente e autoritário de cidade. Segundo, porque nós estamos preparados para assumir essa responsabilidade.
Comecei minha história política muito antes de assumir o primeiro mandato como deputado estadual em 2007, através da luta ao lado da população mais pobre em busca de dignidade e igualdade de direitos. Fiz o mesmo como professor de história, atuando na alfabetização de presos dentro do sistema penitenciário.
Como parlamentar, sou autor de leis e iniciativas que garantiram mais transparência, participação social, segurança pública, respeito à diversidade e aos direitos humanos. Aprovamos o voto aberto para cassação de mandatos; permitimos que projetos de inciativa popular sejam assinados pela internet; participamos da criação da Lei de Acesso à Informação; derrubamos o decreto do governo do PMDB que suspendeu o pagamento de aposentados e pensionistas; presidimos a CPI das Milícias e a do Tráfico de Armas; criamos o Mecanismo e o Comitê de Combate e Prevenção à Tortura; presidimos a Comissão de Direitos Humanos, prestando atendimento a pessoas vítimas de violência, inclusive a familiares de policiais assassinados.
Entretanto, há algo maior do que essas experiências e conquistas, por mais importantes que elas sejam. O novo projeto que estamos propondo para o Rio foi construído coletivamente por quem melhor conhece a cidade: as pessoas que vivem nela. Ao longo de dois anos, mais de cinco mil pessoas se uniram, se reuniram e pensaram conosco propostas para transformarmos de verdade a nossa realidade.
Queremos um Rio transparente e participativo, em que as pessoas possam fiscalizar a prefeitura e opinar sobre políticas públicas que as afetarão no dia a dia. Vamos criar o “gabinete virtual”, para que todos possam acessar de forma clara as informações do município e dialogar com o poder público. Além disso, instalaremos conselhos autônomos de moradores nos bairros para discutirmos e deliberarmos sobre iniciativas da prefeitura.
Na educação, vamos valorizar os educadores, com um novo plano de cargos e salários e autonomia pedagógica. Nossas escolas funcionarão em horário integral e dialogarão com a realidade dos bairros onde estão inseridas e com os familiares dos estudantes. Vamos articular a rede de ensino com políticas de incentivo à produção cultural local e aos clubes de bairro, para a realização de atividades esportivas e de lazer. A merenda será saudável, fornecida por hortas urbanas e agricultores familiares.
Em quase metade dos postos de saúde, faltam profissionais. Por isso, vamos contratar, através de concurso público, médicos, enfermeiros e agentes comunitários de saúde para melhorar e ampliar o atendimento. Queremos criar um plano de cargos e salários para valorizar as categorias.
A saúde voltará a ser gerida pelo poder público. Vamos rever os contratos das organizações sociais –entidades privadas que recebem dinheiro público para gerir os postos de saúde sem a devida prestação de contas. Faremos isso gradativamente e de forma responsável, para não prejudicar o atendimento à população e respeitando os direitos dos trabalhadores.
No transporte, vamos baratear as passagens de ônibus, implantar a tarifa zero nas regiões mais pobres da cidade e rever a organização das linhas de acordo com as reais necessidades da população. Hoje, quem manda no transporte público são os empresários de ônibus –sem prestar contas à prefeitura. Nós vamos abrir essa caixa preta, retomar o controle púbico e melhorar o serviço para a população.
Nós podemos fazer história e mudar a nossa cidade. Para isso, precisamos nos unir para derrotar eleitoralmente e politicamente o projeto do PMDB, que tanto castigou o Rio. É dessa união que uma nova cidade nascerá, mais justa, popular, segura e plural. É possível!
N.R.: O UOL convidou para escrever artigos os candidatos à Prefeitura do Rio de Janeiro mais bem posicionados na pesquisa Datafolha de 21 de setembro: Marcelo Crivella (PRB), Marcelo Freixo (PSOL), Pedro Paulo (PMDB), Jandira Feghali (PC do B) e Flávio Bolsonaro (PSC)
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