ESCÂNDALOS NO CONGRESSO

10. Ana Arraes (PSB-PE) deixa Câmara e mantém apartamento funcional

 

Data de divulgação 
19.fev.2012

O escândalo 
Ana Arraes (PSB-PE) mora irregularmente em um imóvel da Câmara dos Deputados, noticiou "O Globo" em 19.fev.2012. Ela renunciou ao mandato de deputada federal para assumir uma vaga de ministra do Tribunal de Contas da União (TCU) e deveria ter deixado apartamento 21.nov.2011, mas só deve fazê-lo em mar.2012, afirmou o jornal em 20.fev.2012.

O cargo no TCU Ana deve à articulação política feita por seu filho, Eduardo Campos (PSB-PE), governador de Pernambuco e um dos possíveis candidatos à Presidência ou vice-Presidência da República em 2014. Ana é filha de Miguel Arraes (1916-2005), antigo líder do PSB e um dos principais opositores à ditadura militar brasileira (1964-1985).

A reportagem do "Globo" explicou que Ana Arraes deveria ter entregado o apartamento 30 dias após deixar o mandato, ou seja, em 21 de novembro. A Câmara estipula multa de R$ 100 por dia além do prazo. No dia de divulgação do escândalo, a multa devida por Ana Arraes estava entre R$ 6 mil e R$ 9 mil, afirmou o texto.

Outro lado
Procurada pela reportagem, Ana Arraes confirmou que continuava morando no apartamento funcional da Câmara dos Deputados, onde ficaria até mar.2012 com autorização da Casa. A ex-deputada disse ainda que pagaria pelos custos da moradia.

"O apartamento funcional obtido pelo TCU foi efetivamente desocupado apenas em meados de fevereiro de 2012. Oportunidade em que foram iniciados os trabalhos de recuperação e restauração necessários ao início da nova ocupação", disse a política em nota.

Já o filho de Ana Arraes, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, afirmou ser "a coisa mais normal do mundo" o fato de sua mãe permanecer no apartamento funcional. "Ela tem como ministra do TCU direito à moradia oficial, como têm todos os ministros de Estado. O TCU ainda não preparou a moradia. Acontece com outros ministros, de outros tribunais, que moraram algum tempo em apartamentos funcionais da Câmara. Acontece com ministros do STJ e de outros tribunais. É a coisa mais normal do mundo", afirmou.

O quarto-secretário da Câmara, Júlio Delgado (PSB-MG), afirmou que a Mesa Diretora da Casa deveria decidir sobre o pedido de prorrogação do prazo para deixar o imóvel. "Eu podia decidir. Mas como sou do PSB e para não dar margem a dúvidas, decidi submeter à Mesa Diretora. A multa será cobrada, o ato é claro. A Mesa decidirá se a cobrança será depois de um mês ou dois meses. Ela optou por ficar morando e pagar a multa por não ter onde morar, o apartamento onde irá morar está em obras", afirmou.

O que aconteceu?
Segundo informou a 4ª Secretaria da Câmara dos Deputados em 12.jul.2012, responsável pelos apartamentos funcionais, Ana Arraes pagou pelas despesas e pelas diárias a mais no imóvel da Casa.

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