ESCÂNDALOS NO CONGRESSO

72. Gleisi Hoffmann recebeu R$ 41 mil ao sair de Itaipu e ser candidata ao Senado

Data de Divulgação

24.ago.2011

O escândalo

A senadora licenciada e  ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT-PR), pediu demissão do emprego que teve em Itaipu Binacional de 2003 a 2006 e mesmo assim recebeu seu FGTS, noticiou a "Folha" em 24.ago.2011. Gleisi deixou a estatal para disputar a eleição de 2006 para o Senado e perdeu. Em 2010 ela concorreu novamente e foi eleita.

Segundo a "Folha" a ministra recebeu R$ 41 mil de Itaipu, "equivalente a multa de 40% do saldo para efeito de rescisão trabalhista, só é paga quando o funcionário é demitido da empresa sem justa causa". Ela era diretora financeira e, de acordo com o jornal, recebia salário de R$ 30 mil.

Ex-diretor de Itaipu e adversário político de Gleisi, o deputado Rubens Bueno (PPS-PR) afirmou, segundo a "Folha", que recebeu proposta de ser demitido em 2004 quando quis sair do emprego para disputar a Prefeitura de Curitiba. "Na época fui informado que receberia cerca de R$ 40 mil da multa, mas não aceitei. Eu pedi para sair e não iria usar o serviço público para ganhar dinheiro. Para mim não é algo moral", disse Bueno.

Outro lado
A assessoria de imprensa da ministra da Casa Civil, senadora licenciada Gleisi Hoffmann (PT-PR), disse à "Folha" que a petista "foi exonerada de Itaipu, conforme decreto publicado no Diário Oficial de 29/3/2006, e recebeu as verbas legais correspondentes".

Por causa da repercussão do caso, a ministra Gleisi enviou carta em 26.ago.2011 ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, perguntando se sua indenização foi lesiva ao erário. O fato foi noticiado pela coluna "Painel" da "Folha de S.Paulo" em 27.ago.2011. Na carta, Gleisi afirmou que devolverá o dinheiro caso seja constatado prejuízo aos cofres públicos.

Em 27.ago.2011 a ministra declarou em evento público, em Curitiba, estar "tranquila" com relação à indenização que recebeu. Também afirmou que seguirá "as orientações da Procuradoria". As declarações estão registradas em texto do portal "Folha" publicado em 27.ago.2011.

O que aconteceu?

Além de Gleisi, o PSDB também levou o caso à Procuradoria-Geral da República, segundo noticiou o portal "Folha" em 30.ago.2011.

O texto encaminhado pelo PSDB à PGR é assinado pelo senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) e pelo líder tucano na Câmara dos Deputados, Duarte Nogueira (PSDB-SP). Eles pedem abertura de inquérito civil e criminal para investigar os crimes de peculato e improbidade administrativa. A ação envolve ainda o ex-presidente da República, Lula, e o presidente da Itaipu Binacional, Jorge Samek, que disse ser responsável pela exoneração de Gleisi em 2006.

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