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Senadores abrem mão de CPI exclusiva da Petrobras para focar em comissão mista

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

01/04/2014 11h25Atualizada em 01/04/2014 12h45

Após reunião entre líderes da oposição no Senado e na Câmara, senadores decidiram nesta terça-feira (1º) abrir mão de uma CPI da Petrobras exclusiva para centrar os esforços na criação de uma comissão mista, que tem mais força política.

O requerimento para criar uma comissão formada apenas por senadores já tem 29 assinaturas, duas além do número suficiente. Agora, deputados vão realizar uma força tarefa entre hoje e amanhã para coletar as assinaturas na Câmara.

Segundo o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), a mudança de estratégia se deve a um acordo para que os deputados também participem da apuração. “O que nós queremos hoje é completar as assinaturas para uma CPI mista, já que houve um entendimento na semana passada com os deputados federais. Eles desejam participar da investigação e nós consideramos importante a participação deles, por isso, estamos optando pela CPI mista”, disse.

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Com isso, o governo federal ganha mais tempo para se articular, uma vez que uma comissão mista, formada por deputados e senadores, não poderá ser criada antes do dia 15 de abril, que é quando está marcada a próxima sessão do Congresso Nacional. Pelo regimento, o pedido de criação de CPI precisa ser lido em plenário para dar seguimento à sua instalação, com a indicação de seus membros.

Desde que as suspeitas de irregularidades em diversos negócios da estatal vieram à tona, a oposição tem se mobilizado intensamente para apurar as denúncias e pressionar o Planalto. No entanto, ficou em evidência uma briga de egos na tentativa de assumir o protagonismo.

Na Câmara, tanto o PPS quanto o PSDB passaram a coletar assinaturas para criar uma CPI mista em requerimentos diferentes. Segundo o líder do PPS, Rubens Bueno (PR), ele já conseguiu 192 assinaturas (o mínimo são 171) para o seu pedido. No entanto, na reunião desta manhã, ficou decidido que valerá o pedido do PSDB, que possui escopo mais abrangente.

Assim, a estratégia agora será procurar os mesmos parlamentares que assinaram o requerimento do PPS para assinar o outro pedido. Para Bueno, isso não será problema. “É fácil identificar com as bancadas nossas e buscar as assinaturas daqueles que já assinaram”, afirmou.

Em relação à comissão exclusiva no Senado, a expectativa era que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fizesse a leitura do pedido de criação, exigida pelo regulamento, na sessão de hoje do Senado. Agora, não é mais certeza se ele o fará.

Enquanto isso, nos bastidores, o Planalto trabalha para convencer parlamentares que já assinaram o requerimento a retirarem o seu apoio –eles podem fazê-lo até a meia-noite do dia em que for feita a leitura.

O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), porém, minimizou a chance de isso acontecer. “Não creio [que os senadores vão voltar atrás], até porque hoje já há uma pressão social muito grande da mídia, os fatos são muito graves, relevantes, e há uma cobrança da sociedade. A sociedade não quer ver essa sujeira envolvendo a Petrobras ser posta embaixo do tapete”, disse.

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Em retaliação, o líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), também pretende propor hoje à bancada petista que sejam incluídos adendos aos requerimentos da CPI da Petrobras para apurar as denúncias sobre as suspeitas de cartel de trens em São Paulo, governada pelos tucanos.

Se a proposta não for aceita, ele informou que deverá apresentar um requerimento em separado para criar uma CPI mista específica sobre o assunto.

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