Vírus H1N1 de 2009 matou 15 vezes mais que o anunciado
A pandemia de gripe suína em 2009 causou 15 vezes mais mortes que a estimativa baseada exclusivamente em exames de laboratório, destaca um estudo publicado nesta terça-feira (26) pela revista médica The Lancet Infectious Diseases.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) registrou até o momento 18.500 óbitos pelo vírus H1N1 - confirmados com provas de laboratório - entre abril de 2009 e agosto de 2010, mas o novo estudo estima em entre 151.700 e 575.400 as vítimas fatais da gripe aviária.
"Este é um dos primeiros estudos que facilita estimativas globais sobre o número de óbitos provocados pela gripe H1N1 e, ao contrário de outras avaliações, inclui os países do sudeste asiático e a África, onde os dados sobre a mortalidade associada às gripes são limitados", assinala Fatimah Dawood, do Centro de Controle e Prevenção de Enfermidades (CDC) de Atlanta.
Ao contrário das gripes sazonais, que afetam principalmente os idosos, a pandemia de 2009 atingiu muito mais as pessoas com menos de 65 anos (80% do total dos óbitos).
O sudeste asiático e a África foram as regiões mais afetadas, com 51% de todos os óbitos atribuídos ao H1N1, contra a média mundial de 38%.
"Os resultados mostram a necessidade de se melhorar a resposta global diante de futuras pandemias e de se desenvolver e distribuir vacinas contra gripe na África e no sudeste da Ásia", destacam os autores do trabalho.
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