EUA saúdam 'oportunidade de colaborar' com Cuba no combate ao ebola
O governo americano saudou a possibilidade de trabalhar lado a lado com Cuba nas operações de combate à epidemia de ebola, disse nesta terça-feira à AFP uma fonte do Departamento de Estado.
"Damos as boas-vindas à oportunidade de colaborar com Cuba no enfrentamento da epidemia de ebola. Cuba está dando uma contribuição significativa ao enviar centenas de trabalhadores de saúde para a África", informou a fonte, que pediu para ter sua identidade preservada.
O apelo, feito pelo secretário de Estado americano, John Kerry, a todos os países que se somem à luta contra o ebola, e o reconhecimento dos esforços feitos por Cuba tinham gerado questionamentos sobre a disponibilidade de Washington trabalhar conjuntamente com Havana.
"Com essa espírito, o Departamento de Estado está em comunicação com todos os membros da comunidade internacional, inclusive Cuba, envolvidos neste esforço global, seja através de canais multilaterais (...) ou por informações diplomáticas", acrescentou a fonte.
O presidente cubano, Raúl Castro, abriu na segunda-feira, em Havana, uma reunião de alto nível, com a presença de chefes de Estado, para analisar o esforço internacional contra o ebola, e deixou aberta a porta para trabalhar em conjunto com os Estados Unidos.
Até mesmo o ex-presidente Fidel Castro, eterno crítico do poderoso vizinho do Norte, declarou que "com gosto vamos cooperar com o pessoal americano" na luta contra o ebola, em um artigo intitulado "A hora do dever".
No entanto, em seu contato com a AFP, a fonte do Departamento de Estado deixou claro nesta terça-feira que embora Washington tenha dado as boas-vindas à cooperação com Havana na luta contra o ebola, uma normalização geral das relações bilaterais ainda está longe.
"Continuaremos trabalhando em busca de relações mais construtiva entre os Estados Unidos e Cuba, de acordo com nossos interesses nacionais, mas há assuntos importantes que ainda permanecem pendentes entre os dois países", expressou.
Neste sentido, acrescentou, Washington manterá "trocas francas e respeitosas com o governo de Cuba; e esperamos pelo dia em que os cubanos possam desfrutar de direitos humanos e liberdades fundamentais".
A mesma fonte lembrou que o próprio presidente Barack Obama "disse que os Estados Unidos devem ser criativos em buscar formas de promover uma mudança positiva em Cuba".
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