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Governo montará rede de informação para combater pneumonia

03/05/2007 09h40

São Paulo - O Ministério da Saúde vai montar uma rede de informações para acompanhar como e quanto a pneumonia afeta os brasileiros. Seguindo o exemplo de trabalho de monitoramento feito com a gripe, serão criados "grupos-sentinela" encarregados de diagnosticar quais os causadores mais freqüentes da doença, além de registrar de forma mais precisa as complicações que levam à morte em casos graves de pneumonia.

Entre os Estados que deverão compor a rede está São Paulo. A expectativa é que esses centros passem a funcionar no Estado ainda neste semestre, afirmou ontem a diretora técnica da divisão de doenças transmissíveis e respiratórias do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde, Telma Carvalhanas. A proposta é que esses novos centros aproveitem a estrutura em funcionamento dos grupos-sentinela de gripe, montados em vários locais do País.

"A partir dos dados, ficará mais fácil estabelecer metas de prevenção e controle da doença", afirma Telma, que acompanha na cidade do Porto, em Portugal, o encontro anual da Sociedade Européia de Doenças Infecciosas Pediátricas. De acordo com a pesquisadora, entre as estratégias de prevenção da doença está a ampliação do uso de uma vacina pneumocócica. Atualmente, o País fornece a crianças que apresentam um perfil considerado de risco a vacina conjugada 7-valente, protegendo contra os sete tipos mais agressivos da bactéria S. pneumoniae, causadora de doenças como meningite e pneumonia. Em São Paulo, a bactéria provoca por ano cerca de 500 casos de meningite. A letalidade fica em torno de 28%, diz Telma.

A professora do departamento de pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) Lúcia Ferro Bricks considera o número bastante expressivo. "Além do significativo número de mortes, a doença traz risco de graves seqüelas, como surdez e retardo mental, principalmente em crianças mais novas." Pela gravidade da doença, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que países em desenvolvimento incluam a vacina contra doenças pneumocócicas no calendário. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

AE

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