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Em 5 anos, cresce 13% o número de bebês prematuros no País

17/04/2008 09h20

São Paulo - A cada ano, mais bebês prematuros nascem no Brasil. Em 2000, 109.210 partos até a 36ª semana (oito meses) de gestação foram feitos no País. Em 2005, segundo dados recentes do Ministério da Saúde, esse número passou para 123.569, um crescimento de 13%. Essas crianças nasceram com menos de 2,5 quilos e passaram até mais de três meses numa UTI.

Para especialistas, o avanço da assistência pré-natal é uma das causas. Há alguns anos, essas crianças morreriam antes do parto. A falta dos mesmos exames pré-natais, no entanto, também explica esse aumento. Hoje, uma gestante faz em média 5,2 exames pré-natais no Brasil, abaixo das 6 consultas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde. 'Não basta fazer pré-natal. É preciso que seja bem-feito, com todos os exames básicos', diz o diretor de ações estratégicas do Ministério da Saúde, Adson França.

O ministério não tem índices abrangentes sobre a mortalidade desses bebês, pois as certidões de óbito normalmente trazem as complicações e doenças decorrentes da prematuridade e do baixo peso como causa da morte - e não o fato de terem nascido antes dos nove meses. Os médicos, porém, falam em taxas que variam de 50% a 90%, de acordo com o tempo de gestação e peso ao nascer. Os dados do ministério, apesar de pouco significativos, mostram que a mortalidade variou pouco nos últimos anos. Em 2000, 1.656 óbitos foram registrados. Cinco anos depois, eram 1.515, registro bem abaixo do esperado.

Riscos

Alguns centros médicos vêm conseguindo baixar os índices de mortalidade. Em São Paulo, no Instituto da Criança, do Hospital das Clínicas (HC), a taxa de sobrevivência de bebês de muitíssimo baixo peso é de cerca de 50%. Para os de muito baixo peso é de cerca de 80%. O neonatologista Mário Cícero Falcão, do Instituto da Criança, explica que, em gestantes adolescentes e mulheres mais velhas, a probabilidade de parto prematuro é maior. "O útero de uma adolescente ainda não está formado para conseguir suportar os nove meses de gestação." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo