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Em nota, defensores do amianto contestam tese de contaminação

30/09/2008 18h40

São Paulo - O Instituto Brasileiro do Crisotila divulgou hoje uma nota para contestar a tese de que casas feitas com amianto possam oferecer algum risco para a saúde. O problema foi citado pelo toxicologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Sérgio Graff, em reportagem publicada hoje no Jornal da Tarde e distribuída pela Agência Estado. Graff disse que, em casas com amianto, só há risco "se por acaso houver rompimento na telha, ou na placa de amianto, o que possibilitaria a inalação da fibra" - que é o meio pelo qual, segundo ele, ocorre a contaminação. Segundo o instituto, porém, as fibras de amianto não se soltam de telhas ou de placas de fibrocimento.

O descolamento não ocorre, segundo o instituto, porque as fibras "ficam perfeitamente amalgamadas ao cimento com que são fabricadas, conforme conclusões de estudo recente realizado pelo IPT- Instituto de Pesquisas Tecnológicas". Mesmo que uma placa seja rompida, alega a entidade, "não se obtém novamente fibras de amianto em estado puro, pois elas estão intrinsecamente ligadas à matriz de cimento."

Graff também abordou a questão do manuseio do material pelos trabalhadores. "Os trabalhadores engajados no processo de extração e manipulação correm risco porque são submetidos à exposição", disse. Mas o instituto alega que o amianto usado no Brasil e mais 130 países, o crisotila - também chamado de "serpentina" ou "amianto branco" -, "desde que manuseado corretamente, não oferece risco à saúde."

Conforme a nota, a fibra "é manuseada na mina de onde é extraída, em Goiás, e nas fábricas de telhas e outros produtos de fibrocimento com amianto, em condições mais seguras do que as estabelecidas pela legislação que regulamenta o uso de fibras". No texto, assinado pela presidente da entidade, Marina Júlia de Aquino, o instituto sustenta ainda que, "enquanto a Lei federal 9055/95 estabelece, como limite seguro, 2 fibras de amianto em suspensão por centímetro cúbico de ar nos locais de trabalho, as próprias empresas do setor, em acordo assinado com os trabalhadores do segmento, seguem níveis 20 vezes abaixo do da legislação, ou seja, não toleram mais do que 0,1 fibra em suspensão por centímetro cúbico de ar." A entidade também alega que "não há nenhum relato na literatura científica mundial de que telhas, caixas d'água e placas de fibrocimento com amianto façam mal à saúde"

AE