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Pesquisa mostra que mulheres são mais sedentárias

Da Agência Estado<br>Em São Paulo

23/12/2008 15h35

No Brasil, a boa forma beira a obsessão, principalmente entre as mulheres. Mas os números frustram as expectativas. Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) - que reúne profissionais que executam a cirurgia de redução do estômago - constatou: apenas 31% das mulheres praticam atividade física regularmente, contra 48% dos homens. O objetivo era traçar um perfil dos obesos, com 4.223 entrevistas, nas cinco regiões do país.

Outro estudo, da SulAmérica Saúde, feito com 29.085 associados de 12 Estados do Brasil, chegou a conclusões parecidas: 71,9% das mulheres revelaram-se sedentárias, frente a 57,9% dos homens. Além disso, 51% das brasileiras têm sobrepeso - o que, em médio prazo, pode provocar obesidade.

O pior é que o sedentarismo está ligado a um estilo de vida contemporâneo, que costuma acarretar também uma maior tendência ao estresse e à depressão. O acúmulo de papéis, a dupla jornada de trabalho e o predomínio de atividades que não exigem movimento nem esforço físico contribuem para esse quadro, assim como o predomínio do carro como meio de transporte, e os hábitos de assistir à TV ou passar horas diante do computador.

Estilo de Vida

O presidente da SBCBM, Luiz Vicente Berti, especialista em cirurgia do aparelho digestivo, lembra que o sedentarismo está ligado ao estilo de vida contemporâneo. "Hoje, até o telefone sem fio e a direção hidráulica fazem a pessoa se mexer menos." De acordo com um estudo que desenvolveu, quem tem uma extensão de telefone a mais em casa engorda, em média, 1 kg por ano.

O fisiatra e especialista em medicina esportiva do Hospital Albert Einstein, Mario Sérgio Rossi, diz que pesquisas de todo o mundo indicam o aumento do sedentarismo feminino. "Não sobra tempo e as pessoas não colocam a atividade física como prioridade."

Definição

"Antes, quem caminhava 30 minutos, três vezes por semana, não era considerado sedentário. Mas isso mudou. Descobriu-se que, para prevenir doenças cardiovasculares, é preciso ter uma atividade aeróbica, por pelo menos 30 minutos, cinco vezes por semana", explica o fisiatra.

Em todas as idades, a atividade física é importante. Mas, segundo o médico, a partir dos 35 anos é fundamental, para não tornar o envelhecimento mais abrupto. "A partir dessa idade, perdemos massa muscular, o que facilita o ganho de peso. É importantíssimo fortalecer a musculatura", explica. O metabolismo também diminui. "O exercício física minimiza essa tendência e retarda a perda de massa muscular."

Além de ser um santo remédio contra o estresse e as tensões do cotidiano, a atividade física previne as doenças cardiovasculares, das articulações, a chamada síndrome metabólica (aumento do colesterol e triglicérides), obesidade e diabete, entre outras. "É uma válvula de escape, em termos físicos e mentais", destaca. O fisiatra alerta que é preciso fazer uma avaliação médica e o teste ergométrico antes de encarar um programa aeróbico.
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