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Em SP, hospital exibe jogo para evitar que pacientes faltem à consulta

16/06/2010 14h30

São Paulo - O silêncio do Instituto Central, no Hospital das Clínicas, em São Paulo, foi interrompido às 15h30 de ontem. O Hino Nacional transmitido pela televisão diretamente de Johannesburgo, na África do Sul, foi o chamariz para que cerca de 200 pessoas, entre médicos e pacientes, se reunissem diante de um telão.

Com direito à distribuição de pipoca, os torcedores do hospital vibraram com os dois gols brasileiros, mas, no final, aparentaram um certo temor com o único gol norte-coreano na partida. Além do telão, outras televisões espalhadas pelo local estavam transmitindo a partida para funcionários e visitantes. A decoração era dominada pelas cores da bandeira do Brasil.

O hospital decidiu transmitir a partida para evitar que os pacientes faltassem à consulta médica. O médico Eduardo Luiz Cançado, de 54 anos, não interrompeu os atendimentos. De acordo com ele, momentos antes da estreia brasileira, a maioria dos pacientes compareceu às consultas. "Sempre há uma TV por perto, o que ajuda (a acompanhar o jogo), e quase todos os pacientes também apareceram para a consulta", disse. "O jogo contra a Coreia do Norte nem é tão importante", minimizou.

A aposentada Nilza Ringhi, de 82 anos, permaneceu pouco tempo no Instituto Central. Ela tinha consulta marcada com o oftalmologista às 14 horas. "Já são 15h e estou livre. Vou ver o Hino Nacional e vou para a casa. Minha família está esperando", afirmou. "Copa do Mundo para mim é que nem carnaval", ressaltou ela, que preferiu não arriscar um palpite para a estreia do Brasil na Copa do Mundo.

Para quem está internado no Hospital das Clínicas, o jogo da seleção brasileira se tornou um passatempo durante a espera pela alta médica. O aposentado Edson Rolin, de 41 anos, se recupera de um problema urológico e, enquanto aguarda pela liberação, prevista para sexta-feira, acompanha com atenção a primeira rodada da Copa do Mundo. "Por enquanto fico por aqui mesmo. Se não tivesse televisão, seria horrível", afirmou Rolin, palmeirense fanático que previa uma vitória brasileira por 3 a 1. As informações são do Jornal da Tarde.

AE