Incentivo ao movimento é fundamental para crianças com excesso de peso

Entre as causas do aumento do peso nas crianças está a diferença da quantidade de energia que vem pela alimentação e a quantidade de calorias que o organismo gasta. Além de se dedicar a um esporte de preferência, movimentar-se no dia a dia ajuda a emagrecer.

O livro “Nova Dieta dos Pontos” mostra está provado que uma extensão de telefone em casa pode render um quilo a mais por ano no peso de qualquer pessoa: é o preço que se paga por não ter que se deslocar de um ambiente a outro.

A tecnologia também faz com que as crianças e adolescentes se acomodem. A professora de educação física Camila Cese acredita que crianças e adolescentes viciados em TV, videogame, celular ou computador deixam de adquirir habilidades motoras básicas. “Quando a criança troca brincadeiras de pular e correr para se dedicar a um destes itens, fica com a aprendizagem motora deficiente e defasada”, acrescenta ela.

O professor de educação física e personal trainer Igor Putarov também acredita que essas facilidades da vida moderna prejudicam. “Quanto mais comodidade, menos movimento e, consequentemente, menos gasto energético. Isso vai interferir diretamente no peso de uma criança ou adolescente”, afirma. 

Todo esporte é bem-vindo

Os professores de educação física, porém, não apontam um esporte ideal para crianças e adolescentes. “Todos são válidos, desde que bem orientados. E dependendo da idade, devem ser mais lúdicos e nunca visando a competição”, fala Putarov. “É importante deixar que a criança pratique o esporte com o qual mais se identifica, para que não se torne uma obrigação. Em algumas idades, eles vão preferir os esportes coletivos; em outros momentos podem preferir natação ou musculação. Mas sempre devem ter a orientação de um profissional”, acrescenta Cese.

O incentivo ao esporte pode começar desde muito cedo. “A mãe pode levar o bebê para aulas de natação com poucos meses de vida. Quanto mais estímulos a criança receber, melhor será para desenvolver a capacidade motora”, afirma Putarov. “A criança pode se adequar as atividades viáveis ao estágio motor, físico e psíquico - que varia de acordo com a idade”, complementa Cese.

Os benefícios da atividades físicas vão além do emagrecimento e envolvem inclusão social, disciplina, respeito ao próximo e às regras. “Para emagrecer, sempre oriento meus alunos a praticarem atividade física de 3 a 4 vezes por semana, ter uma alimentação balanceada e uma boa qualidade de sono”, diz Putarov.

Cuidados

Os educadores físicos ressaltam que os pais podem ajudar. “Como as crianças imitam os pais, podem dar exemplo praticando uma atividade física”, comenta o professor. “Os pais também não devem cobrar muito dos filhos. Alguns matriculam os filhos em determinados esportes esperando que eles se tornem atletas e depositam muita responsabilidade na criança, o que pode gerar frustração”, avalia Cese.

Vale lembrar que alguns adolescentes que começam a perder peso podem ficar tão vaidosos que acabam exagerando na malhação. “O exagero nunca é bem vindo, ainda mais na fase de crescimento. O excesso pode causar problemas hormonais, principalmente para quem faz musculação, e também danos ortopédicos”, considera Putarov.

Ele lembra que o uso de anabolizantes também é inimigo de um corpo saudável. “São substâncias que causam problemas nos rins, pressão alta, taquicardia e ginecomastia, o aumento das mamas nos homens”, completa.

Putarov também lembra que é importante nunca se exercitar em jejum. “Cerca de uma hora antes de malhar, é bom fazer um pequeno lanche com carboidratos - que podem ser frutas, barras de cereal, pão integral”. Após o exercício, o jovem pode comer um alimento que seja fonte de proteína. “Ele serve para ajudar a construir músculos, que ficarão mais fortes. Pode ser uma carne magra, ave, peixes, derivados de leite, clara de ovos ou alguma leguminosa, como feijão ou soja”.

A hidratação também é essencial. “Não pode esquecer de tomar líquido antes, durante e depois do exercício”, alerta o personal.