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Manifestação em Washington pede aos EUA e outros países ricos mais comprometimento na luta contra a Aids

Lucas Bonanno

Da Agência de Notícias da Aids, em Washington

22/07/2012 20h00

Com uma produção muito bem organizada, que pensou na distribuição gratuita de garrafas de água, de guarda-chuvas e de placas com mensagens de protesto, a passeata “Keep the Promisse on HIV/AIDS” (Cumpra a Promessa contra a Aids) reuniu na tarde deste domingo, 22 de julho, milhares de ativistas e portadores do HIV em frente ao Monumento de Washington, na capital norte-americana.


A manifestação contou com a participação da comediante Margaret Cho, do rapper Wyclef Jean, do pastor protestante Andre Young, entre outros famosos nos Estados Unidos que apoiam a luta pelos direitos humanos.

Michael Weistein, diretor da Aids Healthcare Foundation, grupo que organizou o protesto, criticou mais uma vez o presidente Barack Obama por não participar da Conferência Internacional de Aids. “Estamos bem perto da Casa Branca... Nosso presidente deveria estar aqui com a gente, mas parece que nosso governo está mesmo mais preocupado com as guerras e em salvar os banqueiros do que com as pessoas vivendo com HIV e Aids”, disse.

Weinstein criticou também o movimento social internacional de luta contra a Aids. “As vezes eu acho que os ativistas estão preguiçosos atualmente, mas precisamos acordar. As pessoas com HIV precisam do nossa ajuda... Todos os dias cerca de 7 mil pessoas morrem em todo o mundo em decorrência do HIV. Não podemos ficar de braços cruzados”, comentou.

Durante o evento que antecedeu a passeata, um ativista de cada nação presente no local foi convidado para subir ao palco com a bandeira do país a qual representava e dizer um problema referente à epidemia de Aids em seu país. Vinte e cinco nações foram representadas, entre elas, Índia, China, México, Equador, Guatemala e Estados Unidos. O Brasil não teve representação.

Do Monumento de Washington (à direita na foto), os manifestantes saíram em passeata pelas ruas da cidade, exigindo que as promessas mundiais contra a pandemia sejam cumpridas.

As placas levantadas pelos ativistas pediam para que o G20 (Grupo das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia) financiasse a luta contra a aids; por mais programas de aconselhamento, testagem e tratamento; e lembrando que o preservativo é o meio mais barato e fácil de prevenir o HIV.

A Campanha “Keep the Promisse”, começou com a marcha neste domingo, mas irá seguir durante toda 19 Conferência Internacional de Aids, exigindo as seguintes ações:

- Cumprimento total das promessas feitas pelo PEPFAR (Plano de Emergência do Presidente dos EUA para alívio da Aids).

- Manutenção dos custos para os cuidados de um paciente com HIV e aids abaixo dos 300 dólares por ano, e que a maior parte dos fundos globais para o combate da pandemia sejam alocados para o tratamento.

- Redução do preço dos medicamentos antirretrovirais ao redor do mundo, contribuindo assim para que mais vidas sejam salvas.

- Nos Estados Unidos, nenhum paciente deve ser impedido de ter acesso aos remédios antirretrovirais, independentemente da sua capacidade financeira para comprar os medicamentos.

- Acesso aos cuidados de saúde e às Casas de Apoio para as pessoas afetadas pelo HIV e aids.

- Prioridade para as mulheres grávidas, órfãos e crianças em situação de vulnerabilidade nos serviços de aconselhamento, testagem, cuidados e tratamentos.

- Acesso constante às pessoas vivendo com HIV e aids aos exames de detecção da tuberculose, e em caso de infecção, o tratamento.

- Corresponsabilidades dos países afetados pela epidemia no financiamento das ações contra a epidemia

- Apoio das nações mais ricas do mundo ao Fundo global contra a Aids, Tuberculose e Malária.

- Fim das barreiras econômicas, políticas e logísticas para o acesso universal ao preservativo.
 

 

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