Campanha contra hepatite terá concurso para manicures e tatuadores
O Ministério da Saúde lançou nesta quarta-feira (25) a campanha do Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, comemorado no sábado (28). Com o tema “As hepatites podem estar onde você menos espera”, o ministério vai promover uma série de ações de diagnóstico e prevenção, como a ampliação de testes rápidos de diagnóstico e a promoção de um concurso que vai premiar trabalhos artísticos realizados por manicures em unhas e tatuagens com mensagens de prevenção às hepatites. Estes profissionais devem enviar trabalhos criativos de pintura de unhas ou desenho de tatuagens relacionados à prevenção da doença.
O concurso irá premiar relatos de experiências de prevenção das doenças nos ambientes de trabalho. Serão concedidos prêmios aos 15 primeiros colocados. Para os três primeiros lugares, os prêmios variam entre R$ 2 mil e 5 mil, mais um aparelho autoclave. As inscrições são gratuitas e vão até 20 de setembro. Os formulários estão disponíveis em www.aids.gov.br/artehepatites.
Os Correios lançaram carimbo e selo alusivos à campanha, destinados a franqueamento de correspondências, para colecionadores e suvenir/recordação, ao custo de R$1,20 a unidade.
A campanha do ministério envolve também os outros tipos de hepatite A, B, D e E. Os dois públicos prioritários são pessoas de até 29 anos, que serão incentivadas a tomar as três doses da vacina contra hepatite B, e acima de 45 anos, que deverão fazer o teste rápido de diagnóstico das hepatites B e C.
Teste rápido
Serão disponibilizados 2,3 milhões de unidades do teste rápido de diagnóstico das hepatites B e C no SUS, para serem distribuídos em um ano (de agosto de 2012 até agosto de 2013), conforme a demanda dos Estados. “Convidamos Estados e municípios a se engajarem para a ampliação da testagem, uma importante ação para o diagnóstico precoce das doenças, num estágio em que as chances de cura são altas”, reforçou o ministro.
Futebol
A campanha contra hepatites estará presente no jogo de futebol Bahia x Corinthians, no domingo (29), às 16h, no Estádio Pituaçu, em Salvador (BA). Um estande do Ministério da Saúde vai ser montado entre as principais entradas do estádio, onde médicos voluntários da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e técnicos das secretarias municipal e estadual de saúde estarão à disposição da população orientando sobre a doença.
Cem agentes comunitários de saúde vão distribuir informativos e camisinhas dentro e fora do estádio. Durante o jogo, uma bandeira com o tema da campanha será levantada pela torcida do Bahia e o spot de rádio será veiculado no sistema de som. E os funcionários do estádio vão usar a camisa da campanha “As hepatites podem estar onde você menos espera”.
Sobre a hepatite
As hepatites são doenças graves que atacam o fígado, um dos órgãos mais importantes do corpo humano. Os cinco principais tipos (A, B, C, D e E) são causados por vírus que podem passar de uma pessoa para outra e infecta mais homens do que mulheres. A hepatite B é uma doença sexualmente transmissível (DST). E, assim como a hepatite C, pode ser também transmitida pelo sangue.
Segundo o boletim epidemiológico divulgado nesta quarta, a hepatite B apresentou o maior número de casos entre todos os outros tipos nos últimos 14 anos. Foram 120,3 mil notificações de 1999 até 2011. A região Sudeste concentra o maior número: 36,3% do total, seguida da Sul, com 31,6% das notificações. A via sexual é a forma predominante de transmissão da hepatite B – 52,7% dos casos. A doença atinge principalmente a faixa etária entre 20 e 39 anos.
Em relação à hepatite C, de 1999 a 2011, houve 82 mil casos no Brasil. A maior parte dos infectados (90%) estão concentrados nas regiões Sudeste e Sul, com destaque para São Paulo e Rio Grande do Sul, com 56,9% (46,6 mil) e 13% (10,6 mil), respectivamente.
Já a taxa de incidência de hepatite A vem caindo consideravelmente, ano a ano, desde 2006, no Brasil. Enquanto em 2005, quando ocorreu o ápice da incidência, o número foi de 11,7 por cada 100 mil habitantes, em 2011 a taxa ficou em 3,6. Neste caso, a região Norte é a campeã, registrando 15,6 em 2011. No Sudeste a taxa foi de 1,5. A faixa etária mais acometida são crianças de 5 a 9 anos, que compreendem 36,8% dos casos notificados no país de 1999 a 2011 (50,9 mil casos).
A hepatite D só pode infectar pessoas que já são portadoras do tipo B. Entre 1999 e 2011, houve 2.197 casos, concentrados na região Norte (76,4%), Amazonas (37%) e Acre (29,3%).
Dados e características das hepatites B e C
HEPATITE B | HEPATITE C |
Concentração em jovens e adultos | Concentração em pessoas com idade > 40 anos |
14.000 casos registrados por ano no Brasil | 10.000 novos casos são registrados por ano no Brasil |
500 mortes por ano no país | 2.000 mortes por ano |
Predomínio de transmissão sexual | Predomínio de transmissão sanguínea: transfusão, compartilhamento de objetos perfuro cortantes não esterilizados e uso de drogas |
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