Depilação pode aumentar risco de doença de pele transmitida sexualmente, sugere estudo
Os resultados preliminares de uma pesquisa feita na França indicam que a depilação com cera, chamada no exterior de "Brazilian wax", assim como outros métodos de remoção de pelos pubianos, pode aumentar o risco de infecções de pele transmitidas durante o sexo. O trabalho será publicado no periódico Sexually Transmitted Infections.
O estudo analisou especificamente o risco de contrair uma infecção causada por um vírus chamado "Molluscum contagiosum". A infecção provoca manchas que se parecem com pérolas. O problema é comum em crianças, porém, nos últimos anos, verificou-se um aumento expressivo de casos transmitidos por contato sexual em várias partes do mundo.
Pesquisadores de uma clínica de saúde privada em Nice, na França, questionaram se a crescente popularidade da depilação poderia ter desempenhado um papel neste aumento.
Dos 30 pacientes (6 mulheres e 24 homens) que visitaram a clínica com a doença sexualmente transmissível em 2011 e 2012, 93% tinham retirado seus pelos pubianos com lâmina (70%), tesoura (13%) ou depilação (10%). Dez dos 30 pacientes apresentavam ao menos uma doença de pele, como verruga ou infecção bacteriana.
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Os pesquisadores encontraram uma associação, mas não podem provar que a remoção de pelos pubianos aumenta o risco de contrair o vírus ou outras infecções cutâneas. Isso porque o estudo foi limitado - contou com poucos participantes e não houve um grupo de comparação. Por isso, são necessárias mais pesquisas para estabelecer a relação.
No entanto, especialistas não envolvidos no estudo dizem que, em teoria, a remoção de pelos pubianos pode aumentar o risco de infecções de pele na área genital. Segundo eles, pequenos cortes na pele - frequentes durante a depilação - podem ser uma porta de entrada para vírus e bactérias.
"O corpo tem uma série de mecanismos de defesa para evitar a infecção. Um desses mecanismos é a pele normal, saudável" afirmou ao The Huffington Post o médico Robert Brodell, chefe de divisão de dermatologia da Universidade de Mississippi, nos EUA.
O médico Jonathan Zenilman, chefe da divisão de doenças infecciosas da Universidade Johns Hopkins Bayview, concordou e disse que o vírus do herpes é conhecido por ser mais transmissível quando há pequenos traumas na pele durante o sexo.
"Do meu ponto de vista, faz sentido", disse Zenilman dos resultados. No entanto, ele ressaltou que o novo estudo não é conclusivo. Pessoas que se depilam podem compartilhar outros fatores de risco para infecções. Ter alguma outra infecção sexualmente transmissível que provoca feridas abertas, ou mesmo compartilhar toalhas, lençóis e roupas íntimas podem aumentar a probabilidade de ter a doença, informou Solveig Cunningham, professor assistente de saúde global da Universidade de Emory, em Atlanta.
(Com The Huffington Post)
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