Apesar de praticar, Amyr Klink não indica o sono polifásico
O navegador Amyr Klink é sempre lembrado quando se fala em sono polifásico. O interessante é que ele próprio, apesar de praticar o sono fragmentado em suas viagens, não conhecia a denominação. A seguir, seu depoimento:
"Quando navego costumo dormir de 45 a 50 minutos, cinco vezes por dia. Nunca passo disso se estiver sozinho, pois os riscos de colidir com algo no mar são muito altos. Cada navegador desenvolve a sua forma de dormir. É difícil no começo a adaptação. Eu tentei treinar antes de ir para o mar, mas como não existe a pressão real, a tensão de um acidente, então, no começo, ficava de mau humor.
DORMIR MENOS, TRABALHAR MAIS
Entusiastas do 'sono polifásico' dizem ganhar produtividade, mas especialistas alertam que a estratégia pode causar problemas de saúde
Fico quatro a cinco meses dormindo assim quando navego. A pressão externa é forte. Eu me dou bem com esta mudança, me sinto mais alerta. Porém, quando volto, é como voltar para o paraíso. Num dia normal, durmo oito horas. Adoraria dormir esta quantidade de tempo todos os dias. Também gosto de ficar acordado à noite, escrevendo, desenhando, até de madrugada, porém, procuro compensar o sono depois.
Quando viajamos, na maioria das vezes o comando é feito por duplas ou trios. As pessoas costumam dormir 1h15 cinco vezes por dia, no máximo. Sempre comentamos sobre os novos tripulantes, pois passamos por isso também: na primeira noite eles sempre acordam surpresos, admirados, pois sonham muito e sempre se lembram. Ficamos esperando a reação.
No dia a dia não usaria o sono polifásico. Aliás, não sabia que tinha este nome. Só se tivesse um chefe me cobrando e precisasse dar conta de algo. Gosto de ir para a cama tarde, mas de dormir por oito horas.
Para alguém que pode dormir normalmente, eu não indicaria esta modalidade de sono. Apesar de achar interessante, tenho certeza que não deve ser bom para a saúde. Agora, no mar, bater em um iceberg, com certeza, faz muito mais mal".
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