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Castanha-do-pará retarda envelhecimento das células do cérebro, diz estudo

A pesquisadora Bárbara Rita Cardoso foi a vencedora na categoria tese/dissertação do prêmio Jovem Cientista - Bárbara Rita Cardoso/Arquivo pessoal
A pesquisadora Bárbara Rita Cardoso foi a vencedora na categoria tese/dissertação do prêmio Jovem Cientista Imagem: Bárbara Rita Cardoso/Arquivo pessoal

Juliana Passos

Do UOL, em São Paulo

28/05/2015 06h00

O consumo de uma castanha-do-pará diariamente ajuda a prevenir o envelhecimento das células do cérebro e manter ativas as capacidades de memória, planejamento e articulação da fala. A melhora se deve ao alto índice de selênio no alimento, que, ao ser absorvido pelas células, combate os radicais livres, moléculas responsáveis pelo envelhecimento das células.

As conclusões fazem parte de um estudo realizado pela nutricionista Bárbara Rita Cardoso, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP (Universidade de São Paulo). Durante seis meses, ela avaliou 20 pacientes diagnosticados com comprometimento cognitivo leve, ou seja, com uma perda de atividade cerebral leve. Acompanhada de um psicólogo que aplicou testes para avaliar o desempenho cognitivo dos pacientes, ela relacionou o aumento do nível de selênio com a melhoria das capacidades cerebrais.
 
"No cérebro, quando as células 'envelhecem', acabam por ter suas funções prejudicadas e ficam mais vulneráveis à morte celular", explica a nutricionista. O processo está intimamente relacionado com a degeneração dos neurônios e pode levar ao desenvolvimento do Alzheimer. Para retardar o envelhecimento, Bárbara escolheu estudar os efeitos da castanha, alimento já conhecido por armazenar uma grande quantidade de selênio.
 
Com essa pesquisa, a nutricionista venceu o Prêmio Jovem Cientista do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), anunciado em 22 de maio. A premiação será realizada em junho.
 
Agora, a pesquisadora dá continuidade aos estudos na Universidade de Melbourne, na Austrália. O projeto acompanha mil participantes com idade mínima de 60 anos para identificar fatores de risco relacionados ao Alzheimer. O projeto avalia os participantes a cada um ano e meio e é realizado há oito anos. O desafio de Bárbara agora é realizar testes para relacionar a falta de selênio com o Alzheimer.