Pesquisadores reprogramam células para combater infecções causadas pelo HIV
Pesquisadores do Instituto de Pesquisa da Criança em Seattle, nos Estados Unidos, desenvolveram um novo método de engenharia genética para combater infecções causadas pelo vírus HIV. O estudo foi publicado nesta quarta-feira (30) na revista científica Science Translational Medicine.
Blythe Sather, Andrew Scharenberg e seus colegas modificaram geneticamente os receptores chamados de CCR5, que produzem uma proteína usada pelo vírus HIV para invadir e infectar as células. Esses receptores se localizam na superfície das células T, que são linfócitos que agem no sistema imunológico das células. Essa proteína é produzida pelos genes CCR5. Usando um tipo de edição de genoma, os cientistas desenvolveram uma enzima direcionada para o gene CCR5 juntamente com um adenovírus (vírus que tem DNA) para entregar uma nova sequência de DNA à célula.
Eles afirmam que o novo método é mais preciso e eficaz para alterar os genes do que técnicas anteriores, que se limitavam a "desativar" o gene. Segundo os cientistas, o método poderá ser usado no futuro para proteger as células contra o câncer, doenças imunológicas e aumentar tolerância em transplantes.
As manipulações genéticas foram feitas em células humanas testadas em camundongos, e ainda não foram feitos testes em seres humanos. Scharenberg ressalta que, nos testes, as células mostraram capacidade de resistir à infecção viral e controlar a reprodução do vírus.
A ação da enzima, chamada de nuclease ou "tesoura molecular", sobre o gene do CCR5 desencadeia um mecanismo natural de reparo da célula, que usa o novo gene levado pelo adenovírus como modelo substituir aquele que foi “cortado” e formar nova sequência de DNA.
As células T são linfócitos e fazem parte do sistema imunológico. Essas células têm a habilidade de identificar e atacar apenas os agentes infecciosos, compostos estranhos ao corpo ou células defeituosas.
A técnica também está sendo aplicada em outras células que não só as células T. De acordo com os pesquisadores, ainda não foi encontrada a mesma eficácia com as outras células, mas eles já conseguiram resultados melhores do que outros métodos.
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