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Pesquisadores reprogramam células para combater infecções causadas pelo HIV

O vírus HIV usa o co-receptor CCR5, uma proteína presente na superfície das células imunológicas, para infectar as células - C. Bickel/ Science Translational Medicine
O vírus HIV usa o co-receptor CCR5, uma proteína presente na superfície das células imunológicas, para infectar as células Imagem: C. Bickel/ Science Translational Medicine

Paula Moura

Colaboração para o UOL

30/09/2015 15h00

Pesquisadores do Instituto de Pesquisa da Criança em Seattle, nos Estados Unidos, desenvolveram um novo método de engenharia genética para combater infecções causadas pelo vírus HIV. O estudo foi publicado nesta quarta-feira (30) na revista científica Science Translational Medicine.

Blythe Sather, Andrew Scharenberg e seus colegas modificaram geneticamente os receptores chamados de CCR5, que produzem uma proteína usada pelo vírus HIV para invadir e infectar as células. Esses receptores se localizam na superfície das células T, que são linfócitos que agem no sistema imunológico das células. Essa proteína é produzida pelos genes CCR5. Usando um tipo de edição de genoma, os cientistas desenvolveram uma enzima direcionada para o gene CCR5 juntamente com um adenovírus (vírus que tem DNA) para entregar uma nova sequência de DNA à célula.

Eles afirmam que o novo método é mais preciso e eficaz para alterar os genes do que técnicas anteriores, que se limitavam a "desativar" o gene. Segundo os cientistas, o método poderá ser usado no futuro para proteger as células contra o câncer, doenças imunológicas e aumentar tolerância em transplantes.

As manipulações genéticas foram feitas em células humanas testadas em camundongos, e ainda não foram feitos testes em seres humanos. Scharenberg ressalta que, nos testes, as células mostraram capacidade de resistir à infecção viral e controlar a reprodução do vírus.

A ação da enzima, chamada de nuclease ou "tesoura molecular", sobre o gene do CCR5 desencadeia um mecanismo natural de reparo da célula, que usa o novo gene levado pelo adenovírus como modelo substituir aquele que foi “cortado” e formar nova sequência de DNA.

As células T são linfócitos e fazem parte do sistema imunológico. Essas células têm a habilidade de identificar e atacar apenas os agentes infecciosos, compostos estranhos ao corpo ou células defeituosas.

A técnica também está sendo aplicada em outras células que não só as células T. De acordo com os pesquisadores, ainda não foi encontrada a mesma eficácia com as outras células, mas eles já conseguiram resultados melhores do que outros métodos.

Para ler o estudo na íntegra (em inglês), clique aqui