São Paulo vive surto de H1N1, mas não epidemia, diz secretário de Saúde
O município de São Paulo vive um surto do vírus H1N1 este ano. A confirmação foi feita hoje (28) pelo secretário municipal de Saúde, Alexandre Padilha.
Em entrevista coletiva nesta tarde, Padilha informou que 17 pessoas morreram na cidade este ano por síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Desse total de óbitos, oito foram provocados por H1N1. Na quase a totalidade dos casos de morte (87,5%), os pacientes apresentavam comorbidade, ou seja, outra doença que foi agravada pelo H1N1, ou por outros vírus relacionados à síndrome. No ano passado, nenhuma morte por H1N1 foi registrada na cidade.
Estamos bem distantes de uma situação epidêmica [de H1N1]. O que estamos tendo é um surto, ou seja, um crescimento rápido do número de casos em um local restrito, maior do que se tinha no ano passado. Não estamos em situação epidêmica, mas este surto mostra que tivemos mais problemas respiratórios até a 11ª semana deste ano, que levaram várias pessoas a ficar internadas, independentemente do H1N1
Alexandre Padilha
Padilha ressaltou que ocorreram este ano mais casos respiratórios do que no ano passado: 299 este ano contra 127 no ano passado. "E estamos tendo mais circulação de H1N1 entre estes casos respiratórios, ou seja, o vírus está circulando mais do que no ano passado."
Segundo Padilha, para combater a maior circulação de H1N1 na cidade, a secretaria está implantando três medidas. A primeira é alertar os profissionais de saúde sobre essas síndromes, especialmente a H1N1, e redobrar a atenção com gestantes, cardiopatas ou diabéticos. A segunda medida será garantir o Tamiflu em todas as unidades de saúde públicas da cidade. "Esse medicamento tem em todas as unidades. Não teve falta", afirmou o secretário. A terceira medida será antecipar a campanha de vacinação contra a gripe.
Dengue, chikungunya e zika
Na entrevista, Padilha informou que o número de casos de dengue na cidade de São Paulo vem caindo na comparação com o ano passado. Dados coletados até a oitava semana, ou seja, entre janeiro e fevereiro deste ano, mostraram que o município teve 3.484 casos confirmados de dengue, com um óbito.
No mesmo período do ano passado, foram registrados 6.653 casos de dengue, redução de quase 47%. O número de casos na oitava semana deste ano também teve ligeira redução, passando de 673 casos na sétima semana para 661. "Reduzimos a aceleração, o que é um fato muito positivo", disse o secretário.
As regiões da cidade com maior incidência de casos são a zona leste e a região sudeste. O distrito com o maior número de casos este ano é Lajeado (251), seguido pela Penha (209) e Cangaíba (94), todos na zona leste da capital.
Segundo Padilha, um fator que tem ajudado a reduzir o número de casos na cidade foi a aplicação de larvicidas em pontos estratégicos como grandes borracharias, ferros-velhos e terrenos de depósito de carros, entre outros. "Essa estratégia tem um papel muito importante na redução desses casos", disse o secretário.
Quanto aos casos de chikungunya, Padilha informou que foram notificados 1.158 casos na cidade este ano, dos quais foram confirmados três de pessoas residentes em outros municípios, cinco autóctones (registrados na própria cidade, sendo três da região do Sacomã, um de Pirituba e outro da Vila Curuçá), 274 descartados, 831 ainda em investigação e 72 confirmados que eram de outras regiões do país.
Sobre o vírus da zika, o secretário informou que foram notificados 190 casos na cidade, dos quais quatro em pessoas residentes em outros municípios, 19 foram descartados, 153 estão em investigação e um era autóctone (adquirido na própria cidade), de uma gestante. Do total de casos, três são de gestantes.
Entre outubro do ano passado e 26 de março deste ano, 57 casos de microcefalia foram notificados na capital paulista - 24 foram descartados, 27 ainda estão em investigação e seis são casos de microcefalia relacionados ao zika (três provenientes do Nordeste, um da cidade paulista de Indaiatuba e dois em cidade ainda não identificada).
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