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Brasil notificou 91,3 mil casos de zika; há 1.198 bebês com microcefalia

Oscar Rivera/EFE
Imagem: Oscar Rivera/EFE

Do UOL, em São Paulo

26/04/2016 17h52

De fevereiro deste ano até o dia 2 de abril foram notificados 91,3 mil casos prováveis de zika no país. O Brasil passa por uma epidemia tríplice de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegyptijá são 802 mil casos de dengue registrados em 2016 e 39 mil de chikungunya.

O relatório do Ministério da Saúde, divulgado nesta terça (26), é o primeiro que calcula o número de notificações de zika. 

O vírus, notificado pela primeira vez no país em abril de 2015, preocupa por suas graves consequências, como a microcefalia. Desde outubro do ano passado, já foram confirmados 1.198 casos de bebês com microcefalia ou lesões no sistema nervoso, provavelmente associadas à infecção por zika. 

Há ainda outros 3.710 casos suspeitos em fase de investigação. Além disso, foram registrados 54 óbitos confirmados após o parto ou durante a gestação. 

Até o início de abril, havia ainda 7.584 grávidas com casos suspeitos de zika, sendo que 2.844 casos foram confirmados.

“Ainda não é possível se ter ideia da proporção de gestantes, infectadas pelo vírus da zika, que terão bebês com microcefalia. Até o momento, o maior número desses casos foi em mulheres que tiveram a doença no primeiro trimestre de gestação”, explicou o diretor de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch. 

Centro-Oeste registrou maior incidência de casos de zika

A notificação dos casos de zika passou a ser obrigatória em fevereiro de 2016, quando houve aumento de infecções, segundo o Ministério da Saúde. Os casos estão distribuídos em mais de mil municípios brasileiros.

Dos números computados, a região Centro-Oeste foi a que teve maior incidência de casos, 113,4 infecções para cada 100 mil habitantes --total de 17.504 casos. 

Seguida pela região Nordeste, com 53,5 casos por 100 mil habitantes (30.826 casos). No Sudeste, foram notificados 35.505 casos (41,4 infecções por 100 mil habitantes) e no Sul, 1.797 casos (6,1 infecções por 100 mil habitantes). 

De acordo com o ministério, o boletim trabalha com números prováveis porque o diagnóstico foi feito segundo os sintomas do paciente. 

"É um alastramento grande da doença", afirmou Maierovitch. Ele acrescentou que para cada caso de zika notificado deve haver quatro a cinco casos assintomáticos, além de outros não notificados, já que os sintomas são leves.

Dengue cresce

O número de casos registrados de dengue aumentou em relação ao ano passado. Em 2016, 802.429 casos prováveis de dengue foram registrados em todo o país, contra 705.231 casos em 2015.

De fevereiro a abril, o Brasil registrou 140 mortes por dengue. No mesmo período em 2014, foram registrados 427 óbitos.

A região Sudeste teve 57,8% dos números de casos prováveis em todo o país (463.807 casos), seguida das regiões Nordeste (158.235; 19,7%), Centro-Oeste (94.672; 11,8%), Sul (57.282; 7,1%) e Norte (28.433; 3,5%).

Chikungunya

Até 2 de abril, foram notificados 39.017 casos prováveis de chikugnunya. No mesmo período de 2015, foram 7.412 casos.

Segundo o Ministério da Saúde, neste ano foram registrados 15 óbitos pela doença, que ainda precisam ser investigados mais detalhadamente para que seja possível determinar se há outros fatores associados.

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