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Em abril, mortes de idosos por covid despencam 90% na capital paulista

Atendimento médico na UTI de atendimento à pacientes com covid-19, no Hospital Geral de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo Imagem: MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO

Leonardo Martins

Do UOL, em São Paulo

28/04/2021 04h00

O número de idosos que morreram por causa de complicações da infecção pelo novo coronavírus despencou 90% no mês de abril em comparação com o mês de março deste ano. Os dados foram obtidos pelo UOL junto à prefeitura de São Paulo.

Os números foram separados por idosos de 60 a 69 anos, 70 a 79 anos, 80 a 89 anos e 90 ou mais. Em todas as faixas etárias, no mês de abril, houve uma queda brusca no número de mortes.

Ao todo, em março, 3.437 mortes de idosos por covid-19 foram registradas na cidade. No mês seguinte, o número caiu para 333 — diminuição de 90%.

Embora abril tenha sido, até a última segunda-feira (26), o mês com menos mortes de idosos no ano, os óbitos do mês de março foram maiores que o dobro de mortes de janeiro (1.362 mortes) e fevereiro (1.623).

Para a secretaria municipal de Saúde, isso é reflexo do número de casos das semanas anteriores. Segundo a pasta, "é possível notar que houve expressivo aumento do número de casos confirmados de covid-19 a partir da segunda semana de fevereiro de 2021, o que se mantém até meados de março. Esse aumento de casos se reflete também no número de óbitos confirmados para covid, que teve aumento expressivo no mesmo período".

A prefeitura ainda ressalta que, como os dados de abril ainda não estão fechados, pode haver aumento no número de notificações de óbitos até o final do mês.

Vacinação ou isolamento?

Para o infectologista e membro do Centro de Contingência ao Coronavírus em São Paulo Marcos Boulos, não é possível afirmar que a vacinação seja a responsável por essa redução brusca nas mortes. O grupo de idosos está sendo vacinados aos poucos desde fevereiro de 2021.

"A redução se deve ao período de restrição, existindo a possibilidade de voltar a subir com a abertura prematura. Ainda a cobertura [da vacinação] é insuficiente para impactar os índices", disse o médico à reportagem.

Por outro lado, o colega de Boulos Carlos Magno Fortaleza, infectologista da Unesp, acredita que a vacinação seja, sim, o principal motivo da queda dessas mortes.

"Todas as análises mostram que ela foi desproporcionalmente maior em idosos. Há um possível 'confundidor' por maior seguimento das normas de isolamento social por idosos. Mas o grande diferencial foram as vacinas. Situação semelhante se vê em profissionais da saúde: quase não houve aumento de casos e internações desses profissionais em 2021", disse.

Embora não se tenha um estudo centralizado que monitore todos os médicos e enfermeiros imunizados, o Conselho Federal de Medicina (CFM) apontou uma queda de 83% no número de médicos mortos em março em comparação com janeiro, quando os profissionais de saúde começaram a ser vacinados. Em janeiro, diz o CFM, 59 profissionais morreram no país; em fevereiro, 24; já em março, 10 médicos perderam a vida.

Carlos Magno também lembrou estudo conduzido pela Escola de Saúde Pública do estado do Ceará que concluiu que a vacinação impactou diretamente as mortes de profissionais da saúde.

SP volta a registrar mil mortes por dia

O estado de São Paulo voltou a registrar mais de mil mortes em um dia por covid-19 nesta semana, algo que não ocorria desde 20 de abril, quando foram registrados 1.122 óbitos.

Abril já é o mês mais letal da pandemia no estado com mais de 17 mil mortes, contra 15.159 de março, mês que havia batido recorde. No total, já são 2.856.225 casos e 93.842 óbitos por covid-19 no estado desde o início da pandemia.

Atualmente, São Paulo tem 22.112 pacientes internados em UTIs (Unidade de Terapia Intensiva) e 11.686 em enfermarias. A taxa de ocupação dos leitos de UTI no estado é de 80% e na Grande São Paulo é de 78,3%.

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