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Obama diz haver "vácuo significativo" em esforço global contra o ebola

Michelle Nichols

25/09/2014 16h52

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, alertou nesta quinta-feira (25) que ainda existe "um vácuo significativo entre onde estamos e onde precisamos estar?"na reação internacional ao surto de Ebola no oeste da África, e apelou para que mais países ajudem.

A epidemia, que começou em uma área remota da Guiné em março, tomou conta de boa parte das vizinhas Libéria e Serra Leoa, matando quase 3 mil pessoas em pouco mais de seis meses. Senegal e Nigéria também registraram casos mas, por hora, têm controle da situação.

"Deter o ebola é uma prioridade para os Estados Unidos", declarou Obama em uma reunião sobre a doença nos bastidores da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York. "Mais nações precisam contribuir com bens e habilidades, seja transporte aéreo, retirada de pessoal, assistentes de saúde, equipamento ou tratamento".

"Se agirmos rápido, ainda que de forma imperfeita, isso pode ser a diferença entre 10 mil, 20 mil, 30 mil mortes e centenas de milhares ou até um milhão de mortes", afirmou.

Mais cedo nesta semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que o total de infecções pode chegar a 20 mil até novembro, meses antes que o previsto anteriormente. O Centro para Prevenção e Controle de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês) afirmou que entre 550 mil e 1,4 milhão de pessoas podem ser infectadas na região até janeiro se nada for feito.

O Banco Mundial anunciou na reunião na ONU que dará 170 milhões de dólares adicionais para reforçar a mão de obra e os sistemas de saúde em Guiné, Libéria e Serra Leoa. A entidade já havia aprovado US$230 milhões de dólares para estes países.

A presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, disse na reunião, por videoconferência, que seu país pode estar enfrentando seu maior desafio, enquanto o mundo levou algum tempo para poder responder adequadamente: "estamos reagindo".

O presidente de Serra Leoa, Ernest Bai Koroma, também apelou por mais ajuda internacional.

"Serra Leoa e suas repúblicas irmãs podem estar na linha de frente desta luta, mas precisamos de um grande apoio por ar e terra do mundo para derrotar uma doença pior que o terrorismo", disse ele também por videoconferência.