Amamentação oferece benefícios mesmo após décadas
A amamentação gera benefícios de curto prazo reconhecidos. Pesquisadores agora descobriram que esses benefícios talvez perpetuem até a idade adulta. Muitos estudos sobre a amamentação são prejudicados por fatores sociais. Nos Estados Unidos, por exemplo, as pessoas de nível socioeconômico mais elevado tendem a amamentar por mais tempo. Todavia, a população desse estudo compreendia um espectro socioeconômico abrangente de mulheres que amamentaram.
Publicado na edição de abril do periódico Lancet Global Health, o estudo foi iniciado em 1982 com 5.914 recém-nascidos. Foi feito o registro do período de aleitamento e da idade em que os bebês começaram a ingerir alimentos sólidos. Trinta anos depois, os pesquisadores conseguiram entrevistar e realizar testes com 3.493 dos participantes iniciais.
Os pesquisadores controlaram os fatores nível de escolaridade e tabagismo maternos, renda familiar e peso ao nascer, entre outras variáveis. Eles descobriram que, aos 30 anos de idade, os participantes que foram amamentados durante 12 meses ou mais ao nascer obtiveram notas melhores nos testes de QI, além de nível de escolaridade e rendimento mensal mais elevado.
Entretanto, os autores reconhecem que esse é um estudo observacional e que muitos fatores que poderiam influenciar nos resultados não foram avaliados.
"Não quero assustar as pessoas que receberam aleitamento ou que foram amamentadas por pouco tempo. Não é apenas a amamentação que afeta o QI e a renda. Todavia, nosso estudo mostra que a amamentação é importante e deve ser estimulada", afirmou Bernardo Lessa Horta, professor adjunto da Universidade Federal de Pelotas, Brasil.
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