Incompreendida? Apple diz: não queremos ser elitistas, mas custo é alto
Resumo da notícia
- Apple não quer ser vista como uma empresa "elitista"
- Declaração veio do chefe de operações da Apple
- Pesquisa do Apple Watch foi usada como justificativa de preço
Acredite ou não, a Apple, empresa que cobra R$ 5.200 no iPhone mais barato da sua atual linha (o iPhone XR), diz que não quer ser vista como uma empresa "elitista".
A declaração foi feita na sexta-feira (22) pelo diretor de operações da Apple, Jeff Williams, a estudantes da Universidade de Elon, na Carolina do Norte (EUA).
Quais são as justificativas?
O Apple Watch, relógio inteligente da marca, foi usado como exemplo na palestra de Williams.
Quando o primeiro foi lançado, o modelo básico custava US$ 349 (R$ 1.360) nos EUA, enquanto o primeiro Fitbit cobrava US$ 99,95 (R$ 390). Apesar da diferença, ele argumentou que o design e os recursos do Apple Watch eram diferentes dos do Fitbit.
De fato, o Fitbit de 2013 rastreava o movimento do usuário, incluindo padrões de sono; e um painel de cinco luzes LED que indicavam seu progresso nos passos percorridos; e era resistente à água.
Lançado dois anos depois, o Apple Watch ia bem além: o relógio trazia galeria de fotos, calendário, música, mapas, e-mail, além de várias funções de saúde e fitness --calorias, tempo de exercício e o período em que ficou em pé, por exemplo.
A produção também é cara
Outra razão para o aumento do custo da Apple em relação aos rivais é a pesquisa e desenvolvimento dos seus produtos.
Williams explicou que, para o Watch, a empresa construiu um laboratório de fisiologia, contratou 40 enfermeiras e convocou 10 mil participantes para estudar a melhor forma de medir as calorias queimadas durante o exercício.
Isso resultou no monitor de frequência cardíaca incluído na parte inferior do relógio. O modelo da Série 4 inclui monitoramento de eletrocardiograma.
Mas vai ser assim para sempre?
Ninguém sabe. Mas Williams disse que o custo é algo que a Apple está trabalhando para resolver.
É algo que estamos muito conscientes. Não queremos ser uma empresa elitista. Não é isso. Queremos ser uma empresa igualitária e temos muito trabalho acontecendo nos mercados em desenvolvimento
O executivo referia-se aos mercados fora do eixo EUA-Europa-Ásia, como talvez a Índia e o Brasil.
Vão ter que ralar um pouco
Apesar de saber que cobra caro, a Apple não vem dando sinais de retrocesso nos seus preços.
Um levantamento do Quartz divulgado em novembro levou em consideração os preços do iPhone com menos memória interna de cada ano, ajustado pela inflação.
A pesquisa mostrou o que era óbvio: que os preços do iPhone nos EUA estão em uma curva ascendente, com um salto significativo em 2017.
Com os devidos ajustes inflacionários, o iPhone original é o mais barato, custando US$ 604,59, enquanto o mais caro é o iPhone X, de US$ 1.021,75 (R$ 3.980). O modelo mais recente, o iPhone XS, atualmente custa US$ 999 (R$ 3.890).
O XR também ficou de fora do cálculo do Quartz, mas figuraria na terceira colocação geral, entre o XS e, surpreendentemente, o iPhone 4S (US$ 722,08), lançado em 2011.
A concorrência é mais barata? Bem...
As empresas concorrentes também andam cobrando bem caro por seus tops de linha e modelos mais inovadores. O recém-lançado dobrável Galaxy Fold da Samsung aumentou esse teto para exorbitantes USGalaxy Fold da Samsung aumentou esse teto para exorbitantes US$ 1.980nbsp;1.980 (R$ 7.702). Já o seu Galaxy S10 sairá lá fora por US$ 899,99 (R$ 3.510).
A Huawei, gigante chinesa conhecida por oferecer bom custo-benefício em boa parte de sua linha de celulares, nem é tão barata assim nos premium. O recente Mate 20 X custa atualmente 899 euros (R$ 3.841). Um dos premium mais baratos hoje é o LG G7 Thinq, que custa US$ 449 (R$ 1.750), ou R$ 2.999 no Brasil.
A diferença maior destas empresas para a Apple é que ela tem uma variedade de modelos maior para todos os bolsos. Dá para comprar um Galaxy J8, de especificações bem inferiores aos iPhones, por R$ 1.300, só para ficar em um exemplo.
Então dado o panorama de preços, e considerando que todas as empresas de tecnologia precisam investir em pesquisa e desenvolvimento, essa coisa de "queremos ser uma empresa igualitária" da Apple deve demorar um bocado para acontecer. Se acontecer.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.