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Rede internacional de pedofilia desmantelada na internet

16/01/2014 11h03

MANILA, 16 Jan 2014 (AFP) - Uma investigação internacional revelou uma rede de pedofilia que transmitia ao vivo cenas de abuso sexual contra crianças filipinas na internet, e 29 pessoas foram presas por envolvimento, informaram os serviços de polícia de Filipinas, Reino Unido e Austrália.

A "Operação Esforço", realizada em doze países, permitiu a prisão de 29 pessoas, 11 delas nas Filipinas. Outras três investigações já identificaram 733 suspeitos de envolvimento.

As investigações anexas permitiram, além disso, identificar 733 suspeitos, 139 deles no Reino Unido, indicou a Agência Britânica contra o Crime (NCA).

Segundo as fontes, foram resgatados da rede 15 crianças com idades entre seis e 15 anos.

O superintendente da polícia filipina Gilbert Sosa afirmou à AFP que a pedofilia se transformou num grande problema no país e, em alguns casos, há pais envolvidos.

Sosa explicou ainda que a extrema pobreza leva alguns menores a se prostituir nas chamadas "salas de ciber-sexo". Estes espaços, onde os menores se veem obrigados a realizar práticas sexuais diante de uma webcam, são um lucrativo negócio que supostamente tem sua base na ilha de Cebu.

A agência britânica contra o crime organizado disse que a operação começou em 2012 com a descoberta de vídeos obscenos no computador de um pedófilo britânico, Timothy Ford, que foi condenado a oito anos e meio de prisão. Um sócio dele, Thomas Owens, também foi condenado quatro meses depois.

Os dois foram condenados por pagar para ver ao vivo na internet os abusos com crianças e, inclusive, viajar às Filipinas para entrar em contato com os menores.

Combate a todos os elos da cadeia

A NCA classificou de "ameaça significativa e emergente" os abusos sexuais contra menores nos países em desenvolvimento.

"A extrema pobreza, a disponibilidade crescente de internet de banda larga e a existência de inúmeros consumidores estrangeiros ricos levam o crime organizado a explorar crianças", alerta a agência.

"Nossa prioridade é proteger as vítimas desses abusos, o que significa atacar todos os elos da cadeia, do desmantelamento dos grupos organizados cujo principal incentivo é o lucro, até os clientes que pagam para ver as imagens", declarou Andy Baker, vice-diretor da divisão de proteção infantil NCA.

A polícia federal australiana recebeu seis ordens de revista, que resultaram na prisão de três cidadãos australianos.

"Nas revistas, acharam milhares de imagens e de vídeos de abusos sexuais contra crianças, algumas delas com cinco anos", afirmou a polícia australiana.

Nas Filipinas, as operações da polícia se concentraram em Ibabao, uma zona pobre da costa oriental de Cebu.

Em setembro passado, a polícia prendeu neste lugar um casal de cerca de 30 anos que obrigava seus três filhos a práticas sexuais diante de uma webcam. Os "espectadores" pagavam 100 dólares por sessão.

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