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Forte terremoto no Equador deixa mais de 200 mortos e 600 feridos

Em Roma

17/04/2015 17h36

Portoviejo, Equador, 17 Abr 2016 (AFP) - O potente terremoto de 7,8 graus de magnitude que atingiu o Equador na noite de sábado deixou até agora 233 mortos, quase 600 feridos, muitos destroços e um episódio difícil de ser esquecido pelos equatorianos, que neste domingo vão aos poucos descobrindo a magnitude da tragédia.

"O número oficial de mortos sobe para 233. O Barrio Tarqui de Manta foi muito afetado. Pedernales destruído. O Vice- presidente se dirige a Portoviejo", escreveu Correa em sua conta no Twitter.

O balanço anterior era de 77 mortos. O presidente não fez referência ao número de feridos, que há horas foi calculado em 588.

Em Portoviejo (oeste), uma das cidades mais afetadas, o cenário era desolador: casas destruídas, um mercado desabado, postes de luz caídos nas ruas e escombros espalhados pelo asfalto, onde muitos decidiram passar a noite, ainda abalados pelo forte tremor.

"Foi horrível, é a primeira vez que sinto um terremoto como este, acho que durou um minuto e meio. Parecia que a casa iria cair. Estou surpresa, não imaginava que essa cidade ficaria assim", declarou Bibi Macontos, de 57 anos.

Com epicentro na província de Manabí (oeste, a 300 km de Quito) este é o terremoto mais forte desde 1979.

O tremor ocorreu às 19H00 (21H00 de Brasília) de sábado e teve uma duração de aproximadamente um minuto. Foi também sentido no sul da Colômbia e no Peru, onde até o momento não foram registradas vítimas fatais.

"Estamos enfrentando uma tragedia de magnitude", disse o presidente Rafael Correa do Vaticano, para onde viajou para participar em um fórum sobre desigualdade.

Em sua oração de Regina Coeli neste domingo, o papa pediu pelos equatorianos.

"Um violento terremoto atingiu o Equador, causando numerosas vítimas e graves danos. Roguemos por sua população. Que a ajuda de Deus e de seus irmãos lhes dê força e consolo", disse Francisco.

Às 06H00 (11H00 GMT), em um novo balanço da tragédia, o vice-presidente Jorge Glas manteve o número de 77 mortos e 588 feridos, antes de partir de Quito para a zona afetada, que compreende seis províncias do país: Esmeraldas, Los Ríos, Manabí, Santa Elena, Guayas e Santo Domingo.

Glas informou que o governo mobilizou mais de 14.000 membros das forças de segurança, 241 "profissionais de saúde" e dois hospitais móveis, entre outros.

"Sabemos que há cidadãos sob os escombros que têm que ser resgatados", acrescentou.

A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, expressou a solidariedade da UE e anunciou que o mecanismo de proteção civil para oferecer apoio foi ativado.

"Nossos pensamentos estão com as vítimas, seus familiares e amigos e com todos aqueles que foram afetados", disse Mogherini em comunicado.

- 20 vezes mais forte que no Japão -David Rothery, professor de ciências planetárias na Open University do Reino Unido, explicou que "o terremoto do Equador se deu em terra" e que a energia total liberada foi aproximadamente 20 vezes maior que a do terremoto do Japão na madrugada de sábado.

"Não existe uma relação causal entre os terremotos do Equador e do Japão. Cerca de vinte terremotos de magnitude 7 ocorrem todo ano no mundo", afirmou o especialista.

Até a manhã desse domingo foram contabilizadas 135 réplicas, segundo o Instituto Geofísico de Equador.

O governo decretou "o estado de exceção para proteger a ordem pública" e descartou um alerta de tsunami, assim como fizeram as autoridades colombianas.

Carlota López, de Guayaquil, estava em um carro quando começou a sentir o forte tremor.

"Os cabos de luz balançavam muito e tive medo que caíssem no carro. Logo depois acabou a luz da cidade", relatou à AFP por telefone.

"O carro balançava como se houvesse pessoas do lado de fora o empurrando com muita força", contou.

Correa anunciou que o Equador receberá o apoio de equipes de resgate da Colômbia e do México.

O presidente, que voltará ao Equador neste domingo, garantiu que foram ativas linhas de crédito de contingência "por cerca de 600 milhões de dólares".

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