Topo

China se emociona com cachorro que procura dono entre escombros

Reprodução/Facebook/CGTN
Imagem: Reprodução/Facebook/CGTN

Em Pequim

25/06/2017 11h14

As redes sociais chinesas acompanhavam neste domingo (25) um cachorro branco com olhar triste que procurava por seu dono entre os escombros de Xinmo, um povoado atingido pelo deslizamento de pedras que deixou pelo menos 10 mortos.

A emissora oficial em inglês "CGTN" mostrou imagens de um socorrista tentando afastar o cachorro dos escombros, mas o animal não queria se mexer.

No sábado as fortes chuvas derrubaram parte da montanha sobre este povoado da província de Sichuan, onde mais de 100 pessoas permanecem desaparecidas.

"Há alguma coisa? Cachorrinho, onde está o seu dono?", diz a socorrista nas imagens, onde pode-se ver o cachorro sentado sobre os escombros com as orelhas caídas.

"Um cachorro que espera o seu dono e se nega a deixar os escombros comove o coração do país", escreveu a CGNT no Twitter.

Na rede social chinesa Weibo, muitos internautas se preocupavam com o futuro do animal e se propunham a adotá-lo. "Isso demonstra que os cachorros realmente são capazes de amar", escreveu um usuário.

Outros aproveitaram para denunciar o consumo de carne deste animal, coincidindo com a celebração em 21 de junho da polêmica festa da carne de cachorro em Yulin, denunciada dentro e fora do país.

24.jun.2017 - Militares chineses e resgatistas buscam sobreviventes após o deslizamento no sudoeste da China - STR/AFP - STR/AFP
Militares chineses e resgatistas buscam sobreviventes após o deslizamento na China
Imagem: STR/AFP

Busca por desaparecidos

As equipes de emergência trabalhavam neste domingo em busca de possíveis vítimas entre os escombros. Os número dão conta de 10 pessoas mortas e 93 desaparecidas, segundo um balanço revisado pelas autoridades.

O deslizamento de terra no sábado, após fortes chuvas, sepultou as casas do típico vilarejo de montanha, que fica próximo a um rio na província de Sichuan.

As equipes de resgate só conseguiram encontrar três sobreviventes, um casal e seu bebê de um mês.

O vilarejo fica no município autônomo tibetano de Aba e, segundo a agência oficial Xinhua, que cita os geólogos que trabalham no local, as possibilidades de encontrar sobreviventes são "realmente pequenas".

Qiao Dashi, o pai do bebê resgatado, explicou que levantou às 5h (horário local) para trocar a fralda do filho quando ouviu um "grande barulho".

A casa tremeu", explicou em entrevista ao canal estatal CCTV.

"Fomos arrastados. As rochas chegaram até a nossa sala. Minha mulher e eu conseguimos escalar, pegamos o nosso bebê e nos resgataram", disse.

"Tenho ferimentos superficiais. De modo geral estou bem, mas psicologicamente é duro. Todo o vilarejo, dezenas de famílias ficaram sepultadas", afirmou.

Neste domingo, máquinas eram utilizadas para retirar escombros e rochas. Os bombeiros, com o auxílio de cães farejadores, trabalharam a noite toda para tentar encontrar vítimas.

Quase 3.000 socorristas participam nas tarefas de resgate, segundo a Xinhua. Os escombros sepultaram um rio e bloquearam dois quilômetros de estrada em uma zona de difícil acesso.

Nas imagens aéreas, o vilarejo é praticamente invisível e o rio é apenas uma mancha cinza coberta por rochas.

Deslizamento na China deixa mortos e desaparecidos

AFP