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Casos de covid-19 disparam na Europa, e Madri decreta estado de alerta

Madri e regiões próximas ficarão bloqueadas - Getty Images
Madri e regiões próximas ficarão bloqueadas Imagem: Getty Images

09/10/2020 12h04

As infecções por covid-19 dispararam na Europa, nesta semana, situação que levou o governo espanhol a decretar estado de alerta em Madri a partir de hoje. As restrições bloquearam quase três milhões de migrantes em todo mundo.

Na última semana, a pandemia acelerou claramente, com 315 mil novos casos detectados todos os dias no mundo, ou seja, 6% a mais que na semana anterior, conforme balanço da AFP.

Na Europa, porém, houve 28% mais casos. O número de infecções diárias hoje é cinco vezes maior do que há três meses (cerca de 84.400 agora em comparação com 15.000 no início de julho). No total, o continente contabiliza mais de 6,2 milhões de pessoas infectadas e quase 240.000 mortes por covid-19.

A Espanha é um dos países europeus mais afetados. Hoje o governo decretou estado de alarme por 15 dias em Madri e em vários municípios vizinhos, depois que a Justiça anulou a decisão do governo de confinar parte da região da capital há uma semana.

Em Madri, epicentro da pandemia na Espanha, a taxa de contágio é de 700 casos a cada 100 mil habitantes. É mais do que o dobro do restante do país.

Com a decisão do governo, o perímetro de confinamento é restabelecido, afetando cerca de 4,5 milhões de habitantes.

"Devem ser tomadas medidas para proteger a saúde dos residentes de Madri e evitar que isso se espalhe para outras comunidades autônomas", alegou o ministro da Saúde, Salvador Illa.

Com a chegada do outono europeu (primavera no Brasil) e sem vacina, ou remédio eficaz, o vírus continua a circular em ritmo acelerado. Já matou mais de 1 milhão de pessoas e infectou mais de 36 milhões no mundo.

Dez dias para conter contágios na Alemanha

Os governos tentam se proteger contra a segunda onda do coronavírus, buscando um equilíbrio, para que as restrições à mobilidade não sobrecarreguem ainda mais a atividade econômica, fortemente impactada pela pandemia.

Em praticamente todas as regiões do mundo, a propagação da epidemia tende a se acelerar: +11%, na África; +6%, nos Estados Unidos e Canadá; +3%, na América Latina e Caribe; +2%, no Oriente Médio; e +1%, na Oceania. A situação melhorou apenas na Ásia (-7%).

Na Rússia, a pandemia bateu recorde de infecções nas últimas 24 horas, quando foram detectados 12.126 novos casos, elevando o total para mais de 1,2 milhão. Por enquanto, porém, as autoridades não preveem medidas de confinamento mais rígidas.

Nem mesmo a Alemanha, que até agora havia sido modelo na gestão da crise de saúde, escapa dessa segunda onda. A chanceler Angela Merkel alertou hoje que, se as infecções não se estabilizarem em dez dias, haverá novas restrições.

Os números da Alemanha (cerca de 310.200 casos e cerca de 9.600 mortes) ainda são muito inferiores aos de outros países europeus com população semelhante.

Migrantes bloqueados no exterior

Do outro lado do Atlântico, o México ultrapassou 800.000 casos de covid-19, de acordo com balanço oficial, embora os números reais sejam muito maiores, já que quase não há testes.

O país já registrou mais de 83.000 mortes, número que o torna o quarto país em termos de óbitos.

Em outros países da região, a expansão da pandemia perdeu fôlego na última semana, como no Peru (-31%, 2.900 novos casos diários), no Chile (-14%, 1.600) e no Equador (-13%, 900).

Em escala global, o país mais afetado pela pandemia continua sendo os Estados Unidos, com 212.789 mortes e 7,6 milhões de infectados.

Seu presidente, Donald Trump, que ficou três dias hospitalizado por coronavírus na semana passada, poderá retomar seus compromissos públicos "a partir de sábado", segundo o médico da Casa Branca, Sean Conley.

O médico garantiu que o presidente respondeu "extraordinariamente bem" ao tratamento experimental de anticorpos sintéticos, o antiviral remdesivir e o corticoide dexametasona.

Trump, de 74 anos, quer realizar um comício de campanha no próximo sábado, provavelmente na Flórida, antes da eleição presidencial de 3 de novembro.

Também nesta sexta, as Nações Unidas chamaram a atenção para a situação enfrentada por pelo menos 2,75 milhões de migrantes, entre trabalhadores temporários, estudantes internacionais, ou residentes temporários, que ficaram retidos no exterior, devido a restrições à mobilidade impostas pela pandemia.

A ONU calcula que a recessão global causada pelo coronavírus pode fazer com que de 83 milhões a 132 milhões de pessoas sofram de fome nos próximos meses.

Hoje o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA), na linha de frente da luta contra a fome em mais de 80 países, recebeu o Prêmio Nobel da Paz.