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Casal diz ter sido vítima de homofobia em mercado de SP

11/07/2014 19h15

São Paulo - Um casal afirma ter sido vítima de homofobia após dar um selinho em um supermercado na zona leste de São Paulo. Os dois rapazes foram abordados por um funcionário do estabelecimento, que chegou a dizer que aquele não era o "local apropriado" para o que chamou de "ato obsceno". Amigos do casal filmaram a abordagem. Em nota, a rede de supermercados afirmou que manterá o funcionário afastado até que se "apurem as responsabilidades".

O auxiliar de qualidade Luciano Gois, de 22 anos, e o namorado, que preferiu não divulgar o nome, foram ao supermercado Extra Aricanduva acompanhados de amigos após a partida entre Brasil e Alemanha, na terça-feira, 8. Quando chegaram ao local, cinco deles entraram para fazer compras e outros dez ficaram na área próxima aos caixas. "Estávamos fora do supermercado exatamente porque o grupo era grande e não queríamos causar tumulto", contou Luciano.

Enquanto conversava com os amigos, o casal deu um selinho. O funcionário logo se aproximou do grupo e disse que o casal não poderia se beijar ali. "Ele disse que aquilo era baixaria. Isso revoltou os meus amigos e todo mundo que estava nos caixas ficou nos olhando. Fiquei com vergonha porque a gente não tinha feito nada demais", afirma.

Indignados, os amigos do casal filmaram a conversa com o funcionário. Em diversos trechos, o homem diz que o local "não é apropriado" para o beijo. "Aqui não é lugar para vocês se beijarem e ficarem se abraçando não", diz, no começo do vídeo. Uma moça pergunta, então, se o procedimento seria o mesmo com um casal heterossexual. "Dois homens apenas deram um selinho. Se fosse um homem e uma mulher casados há anos com um filho do lado não seria obsceno", argumenta a moça. E o funcionário diz: "Exatamente". Após essa afirmação, a amiga completa: "Então realmente foi homofobia e preconceito".