Petrobras desaba, contamina bolsa e faz Ibovespa terminar em baixa
O Ibovespa terminou o pregão em baixa de 1,85%, aos 47.694,54 pontos, menor nível desde os 47.645,87 pontos de 14 de janeiro. Na mínima, registrou 47.550 pontos (-2,14%) e, na máxima, 48.589 pontos (estável). No mês e no ano, acumula perda de 4,62%. O giro financeiro totalizou R$ 5,930 pontos.
A Petrobras anunciou lucro líquido de R$ 3,087 bilhões, em queda de 38% ante o segundo trimestre do ano passado. O resultado não foi auditado e não inclui as baixas contábeis referente às irregularidades investigadas pela Operação Lava Jato.
A companhia revelou ter identificado uma diferença líquida de R$ 61,4 bilhões entre o valor justo de ativos analisados e o valor imobilizado dos mesmos projetos, todos com contratos assinados entre 2004 e abril de 2012. O montante corresponde a praticamente todo o lucro acumulado pela estatal desde 2012, que foi de R$ 58,191 bilhões.
Fonte ouvida pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, informou nesta tarde que a PricewaterhouseCoopers (PwC) exigiu que a estatal consulte a SEC e a CVM sobre o melhor método para o cálculo da baixa contábil para auditar os números. Segundo essa fonte, a estatal e os consultores independentes vão continuar discutindo sobre o cálculo de baixas e, se essa conta fosse feita considerando o método de desconto de propina de 3%, a perda seria bem menor, de R$ 4 bilhões. A próxima reunião do conselho da estatal será em 6 de fevereiro.
Ainda no âmbito da Lava Jato, a estatal rompeu na última segunda-feira contrato com a Alumini para a realização de obras no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). A empresa, que está em processo de recuperação judicial, informou hoje em nota que a decisão foi tomada pela petroleira de forma "intempestiva" e "unilateralmente". A Alumini informou ainda que "tomará todas as medidas cabíveis" para manter o contrato.
Petrobras PN caiu 11,21% e a ON recuou 10,48%, as duas principais quedas do índice, à frente de PDG ON (-5%).
O mau humor dos agentes com a estatal extrapolou para o restante da Bovespa, ainda mais diante de um cenário de dificuldades para a economia brasileira e diante da possibilidade de racionamento.
No setor financeiro, o que detém maior fatia do índice, Bradesco PN recuou 2,39%, Itaú Unibanco PN, 2,04%, e BB ON, 4,30%. Santander Unit subiu 1,74%.
Vale, que subiu em boa parte do dia, virou no final e recuou 0,26% na ON e 0,82% na PNA.
Divulgado no leilão de fechamento da Bovespa, o resultado do encontro do Fomc não influenciou as ações brasileiras. O Fomc manteve a taxa de juros inalterada e o compromisso de ser 'paciente' antes de apertar sua política monetária. O Dow Jones avançava 0,04% às 17h27, o S&P recuava 0,23% e o Nasdaq tinha evolução de 0,16%.
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