Crise da água muda hábito de moradores em São Paulo
A mudança de hábitos é semelhante à que aconteceu durante o apagão energético de 2001, quando a população também teve de se adaptar. Naquela época, ganharam força as lâmpadas de baixo consumo e os equipamentos mais econômicos.
Cada vez mais a captação de água da chuva vem se tornando uma alternativa. O engenheiro de tráfego Weliton Bastos, de 42 anos, montou um esquema no quintal de sua casa, no Ipiranga, zona sul de São Paulo, para captar a água da chuva que se acumula na calha. Para isso, comprou duas caixas de 500 litros. "Aqui em casa, mesmo se encher o Cantareira, não vamos mudar mais nossos hábitos."
A água é usada para lavar o quintal e dar descarga. Na chuva da última quarta-feira, ele conseguiu armazenar 760 litros. "Para mim é uma mudança de comportamento que vai durar para sempre."
O sobrado da arquiteta Juliana Llussa, de 44 anos, tem uma piscina de 36 mil litros na cobertura. Para evitar o desperdício, ela parou de usar água da rua para encher a área de lazer e não usa mais o aspirador para fazer a limpeza, prática que consome água. "Agora espero chover para encher a piscina. Em vez de usar o aspirador, faço o tratamento com cloro e a água fica limpa do mesmo jeito", disse.
Segundo ela, caso a crise se agrave, a água da piscina será usada para a limpeza da casa. Ela também diz estar lavando menos louça. "Não coloco mais os pires das xícaras na mesa do café. É uma louça que suja pouco, não é essencial."
As dez famílias que dividem um terreno no Sumarezinho, zona oeste, reduziram em 39,3% o consumo de água da Sabesp. Em dezembro de 2013, os moradores consumiram 28 mil litros de água. Um ano depois, o gasto era de 17 mil litros. "Aqui, quando chove, é até engraçado. Sai todo mundo correndo com os baldes para pegar chuva. Como a rua é alta, a água não chega na torneira", explicou a musicista Fernanda Barbosa, de 21 anos, que mora em uma das casas.
Na quarta-feira, a reportagem contabilizou 600 litros de água em baldes. "Vai ser para sempre. A gente consome menos água, paga um valor menor e vive bem." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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