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São Paulo vive 'dias de Londres' com nevoeiros constantes

Forte neblina atrapalha as operações no aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos, na Grande SP, nesta sexta-feira (31) - Junior Lago/UOL
Forte neblina atrapalha as operações no aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos, na Grande SP, nesta sexta-feira (31) Imagem: Junior Lago/UOL

Em São Paulo

31/07/2015 09h06

Pouca umidade e rápido resfriamento do ar, típicos do inverno no Sudeste, contribuem para um fenômeno que tem feito os paulistas se sentirem - pelo menos nesse quesito - em Londres: o nevoeiro.

O problema é que o fenômeno tem atrapalhado motoristas, pedestres, ciclistas e, especialmente, empresas aéreas e seus passageiros, que precisam esperar o nevoeiro se dissipar para pousar em seu destino. Desde o início da semana, São Paulo registra aeroportos fechados. Na manhã de quinta-feira (30) e também nesta sexta-feira (31), durante mais de uma hora, aeronaves não puderam pousar no aeroporto de Congonhas, na zona sul.

O nevoeiro é a umidade que se condensa próxima do solo. Ele é classificado dessa forma quando a visibilidade é de até um quilômetro - a partir desse patamar, pode ser considerado neblina. Para se dissipar, basta o aquecimento do ar, que pode demorar horas, dependendo do dia.

A meteorologista da Climatempo Josélia Pegorim explica que existem vários tipos de nevoeiro. O que está atingindo a cidade de São Paulo é chamado de "perda radiativa".

"Por causa da pouca nebulosidade, os dias são quentes e há perda de calor acentuada no fim da tarde, com noites muito frias", diz a meteorologista. Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), da prefeitura, as temperaturas nos últimos dias têm variado até 15°C.

Ponto de vista

O professor Alex Gomes, 36, diz que gosta da névoa porque ajuda a dar "uma refrescada". Ciclista, ele sai todos os dias de manhã de bike para trabalhar e afirma que o nevoeiro dá um ar "meio British" (britânico) à capital. "A cidade fica mais bonita. Com a bicicleta, você está mais livre, não tem o vidro do ônibus ou do carro para atrapalhar, então você pega essas nuances como o orvalho em árvores e detalhes no horizonte", explica.

Para administradora Lívia Knijnik, 24, no entanto, a cerração é traiçoeira. Ela está visitando uma amiga em Caçapava, no interior do Estado, e tem encontrado dificuldade em lidar com a variação térmica. "De manhã tem cerração e parece que vai fazer um dia 'friozinho'. Como a casa da minha amiga é alta, dá para ver a cerração por tudo, mas ao longo do dia esquenta, o sol abre e me dou mal porque saí com manga comprida e casaco", ressalta. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".